27 de janeiro de 2016

De Repente, Pai - Michelle Reid

Tempo de leitura:

Uma traição separou Nic de Sara. Ele a mandou de volta para Londres e não acreditou quando ela disse que era inocente e muito menos que a pequena Lia era filha deles. Apesar da convicção, quando a menina foi seqüestrada três anos depois, ele veio ao socorro de Sara - era o único que poderia recuperá-la viva. O reencontro forçou uma série de confrontos que levaram no retorno da família quebrada para a Sicília. Sara tinha que enfrentar a desconfiança de Nic, as péssimas lembranças dos piores momentos do casamento e um sogro disposto a tudo para tirá-la do caminho... Como convencer o marido de que falava a verdade? Será que ela estaria disposta a perdoá-lo por tanto sofrimento se isso acontecesse?


Palavras de uma leitora...


- Três anos antes, Sara viu seu casamento ser destruído sem que lhe fosse dada qualquer chance para se defender das acusações, das mentiras e intrigas que fizeram Nicolas se voltar contra ela e rejeitar o bebê que ela esperava. Um dia, ela acreditou que poderia realizar seus sonhos ao lado daquele homem. Mas, de repente, ele se transformou num estranho e em sua maior fonte de sofrimento. Para ele, Sara não passava de uma adúltera, uma perdida que merecia todo o seu desprezo e crueldade. E a criança que ela esperava era a prova viva de sua traição e por isso ele jamais colocaria os olhos nela e muito menos a reconheceria como filha. 

Desesperada, ela o viu lhe virar as costas, no momento em que ela se sentia mais vulnerável e mais necessitada de seu apoio. Mas ele não lhe deu ouvidos; ignorou suas súplicas e ordenou que seus seguranças garantissem que ela sairia da Sicília e seria levada para Londres, onde viveria na casa que ele quisesse, da maneira que ele quisesse. Negando-lhe o divórcio, ele fez questão de que ela fosse constantemente vigiada e mantida sob o seu controle. Porque, por mais que não quisesse voltar a colocar os olhos nela, não permitiria que nenhum outro homem a tocasse. Jamais. 

"[...] E embora não tenha mais nenhuma intenção de encostar um dedo em você, cuidarei para que nenhum outro homem tenha o mesmo privilégio."

- Durante todo o tempo que se passou, ela suportou aquele tratamento desprezível. Foi às consultas sozinha e também esteve só no momento em que sua pequena Lia nasceu. E por mais doloroso que fosse saber que sua filha havia sido rejeitada pelo pai antes mesmo de nascer, ela era sua vida e Sara se dedicou a fazer com que ela fosse feliz e não sentisse a falta do pai. Na filha, ela encontrou um motivo para seguir em frente, um refúgio e... esperança. E então sua vida sofre outro duro golpe no momento em que sua filha é sequestrada e os sequestradores só se dispõem a negociar com Nicolas... Sem chão, mergulhada numa dor que parece que vai consumi-la, ela o vê entrar novamente em sua vida. O mesmo homem que se negou sequer a conhecer sua filha era o único que poderia resgatá-la com vida. 

"- Minha filhinha... Minha pobre filhinha... Quero-a aqui! - Voltou-se na direção de Nicolas. - Em meus braços... - E abraçou a si mesma, como se estivesse envolvendo a garotinha. - Oh, Nicolas, faça alguma coisa!"

Ainda existiria alguma chance de reconstruir um casamento em pedaços? Seriam eles capazes de perdoar a si mesmos e consertar os erros do passado? Isso... só o tempo dirá...

- Por anos e anos eu fugi desta história.rs Tinha verdadeiro pavor e a clara intenção de seguir fugindo, ignorando totalmente sua existência. Para o bem da minha saúde mental, sabe. Mas durante uma conversa com minha amiga Moniquita, ela me convenceu de que eu deveria dar uma oportunidade ao livro, pois quem sabe eu não enxergaria algo de bom na história e nos personagens. Isso me fez incluir o livro na minha meta de leitura deste ano e criar coragem para lê-lo. E posso dizer que apesar do Nicolas, eu não me arrependi nem por um segundo de seguir com esta leitura. 

"- Aonde pensa que vai?
- É hora de Lia dormir - ela informou secamente.
- Fábia cuidará dela. Ainda temos muito a discutir.
- Mas eu preciso cuidar de minha filha!
- Estou lhe dizendo para ficar! - ele esbravejou, tentando se controlar em seguida. - Isso é mais importante. A criança está segura com Fábia.
Ela se voltou, com lágrimas nos olhos.
- Esta é outra punição, não é? - acusou amargamente. - Como pode ser cruel a ponto de me separar de minha filha?"

- O que eu estava dizendo mesmo? Ah, sim. Eu estava falando que não me arrependi de ler esta história apesar da presença do Nicolas. Apesar dele ser o mocinho (ou suposto mocinho para ser mais justa), foi uma leitura envolvente, cativante, que eu apreciei muito. O livro é curtinho e delicioso de ler, por mais que eu passasse muita raiva vendo as atitudes do Nicolas e a submissão da Sara. Ah, eu desejei estrangulá-lo. Açoitá-lo em praça pública, fazer picadinho do infeliz. Mas isso não estragou a história para mim. Porque o livro tem conteúdo, emoção, paixão... além da pequena Lia, que rouba as cenas com sua fofura e seu imenso carinho pela mãe. Sem mencionar todo o amor da Sara pela filha, que era a razão da sua vida. Meu coração se derretia toda vez que eu as via juntas e não dá para negar que por mais que o Nicolas se empenhasse em fingir que a menina não existia, ela foi tocando seu coração. Dava para notar o esforço que ele fazia para resistir à criança, para manter a fachada de frieza. Não foi algo que eu pudesse não perceber. 

"- Não me odeie, Nic... - ela sussurrou."

- Foram muitos os erros que o Nicolas cometeu desde o início. Ele próprio tratou de destruir seu relacionamento com a Sara. A levou para viver na casa do pai dele, onde sabia que ela não seria bem recebida. A jogou em seu mundo e depois se ocupou com os negócios, passando semanas inteiras sem vê-la, deixando-a sob os cuidados do pai e cercada por pessoas que a desprezavam e a tratavam com zombaria e total desrespeito. E quando ela tentava iniciar uma conversa, ele se enfurecia e a intimidava para fazê-la desistir, para que ela não se atrevesse a contrariar suas vontades. Sequer permitia que ela falasse e mesmo vendo-a cada vez mais infeliz, preferiu ignorar isso, acreditando que o que eles tinham na cama seria suficiente para que o casamento continuasse. Ele sabia que a Sara era uma pessoa extremamente tímida, vulnerável e influenciável. Sabia que podia fazer com que ela o que bem entendesse e que ela jamais teria coragem de deixá-lo. Ele se aproveitava do poder que tinha sobre ela, não ligando a mínima para o que ela desejasse, para o que estivesse sentindo ou pensando e quando ambos caíram na armadilha preparada pelo pai dele, ele a quis longe de suas vistas, mas ainda assim não abriu mão do controle. E seguiu fazendo-lhe mal. Castigando-a pelos erros que ele cometeu. Se fazendo de surdo como se fazia desde que o casamento começou. Porque para ele só existia uma verdade: aquela na qual ele acreditasse. E se ele queria acreditar que a Sara era uma vadia, então isso era um fato. E não ouviria ninguém que afirmasse o contrário. 

- O Nicolas acabou com toda a minha paciência. Fez meu sangue ferver e me deixou chocada com sua infatilidade, com o absurdo de querer competir com uma criança pela atenção da Sara. Me deu náuseas ao rejeitar a própria filha e não consegui perdoá-lo por isso. Ele não tinha motivos para desprezar aquela criança. Foi ele que não quis fazer o exame de DNA. Rejeitou a Lia por anos, simplesmente porque não queria que suas verdades fossem questionadas. Porque estava determinado a acreditar que a menina não tinha seu sangue. Para mim, isso foi intolerável. Se tudo o que ele fez a Sara sofrer já não me fizesse desprezá-lo, o que ele fez com aquela menina inocente o teria feito ganhar meu ódio. E não me conforta o fato da Lia não ter tido consciência da ausência dele em sua vida. Ainda assim ele cometeu um pecado grande demais. Reconheço que ele se arrepende, que sofre muito depois, atormentado pela culpa e pelo desprezo que sente por si mesmo. Mas eu não fui capaz de perdoá-lo, gente.

"A menina levantou-se e, sem desviar o olhar, começou a caminhar lentamente na direção do pai. Parou diante dele, estendeu a mãozinha e abriu-a lentamente.
Era apenas uma pedrinha, uma insignificante pedrinha. Mas preciosa como um diamante. E, acima de tudo, um teste para a sinceridade da proposta de Nicolas.
- É para mim? - ele perguntou, a voz rouca.
Lia confirmou solenemente, meneando a cabecinha loura. As lágrimas toldaram a visão de Sara.
- Então... obrigado - murmurou Nicolas, pegando a pedrinha. - Vou guardá-la como um tesouro, prometo."

- Mas não nego que ele me deu pena. Perdeu a chance de ver a filha logo após o nascimento. Seu primeiro sorriso, suas primeiras palavras, seus primeiros passos. Perdeu momentos que jamais poderia recuperar, tudo por causa do seu orgulho maldito e de sua teimosia. Sofreu como um condenado por anos e tudo por escolha própria. Não pude evitar sentir pena de alguém tão imbecil. E isso me deu ainda mais raiva, sabe. Ele fez a Sara sofrer e ainda por cima sofreu junto, simplesmente porque não se permitia ouvir, não queria acreditar na verdade. Preferia viver acreditando nas mentiras que no fundo ele sabia que não passavam disso: de venenosas mentiras. 

- Nem por um instante duvidei do amor dele pela Sara. Se existia alguém que ele realmente amava na vida, era ela. Ele até podia não saber como amar, mas a amava com todo o seu coração e nem minha raiva por ele me permitiria ser tão injusta.rs A Sara era o mundo dele e quando seu casamento se destruiu bem na sua frente, ele também ficou muito perdido. Desamparado, desejando uma chance para tê-la de volta. 

- Como eu disse, adorei a história. E a considero digna de 4 estrelas. Se fosse pelo mocinho, o livro ganharia apenas 2, mas a história vale muito mais. Nem ele consegue estragar o livro.kkkkkkkk... Eu teria adorado que a Sara fosse menos submissa e mais vingativa. Que não o perdoasse tão fácil, que o fizesse penar antes de lhe dar outra chance, porém nem sempre as coisas são como desejamos.rsrs Para a sorte do Nicolas, claro. Apesar de tudo, acredito que eles conseguirão ser felizes. Os três juntos. Sobretudo quando o pai dele usar sua passagem só de ida para o inferno. :)

"Ele ergueu-se e apoiou-se num dos cotovelos, as mãos trêmulas afastando os cabelos de Sara do rosto.
- Nunca mais irei a lugar algum. Prometo."

- Lembrando que eu não sou a maior fã do Nicolas. Na verdade, a pena que sinto dele não me impede de desprezá-lo e de já o considerar totalmente digno de fazer parte da lista de mocinos canalhas. Porque ele é um completo canalha.

Leitora apaixonada por romances de época, clássicos e thrillers. Mãe da minha eterna princesa Luana e dos meus príncipes Celestino e Felipe (gatinhos filhos do coração). Filha carinhosa. Irmã dedicada. Amiga para todas as horas. Acredita em Deus. E no poder do amor.

5 comentários:

  1. Amei esse livro, um romance super completo, delicioso de ler, chorei um mar de lágrimas, me identifiquei e sofri com os personagens, muitas emoções do início ao fim... O casal se amava muito e sofreu anos por culpa de terceiros. O mocinho foi simplesmente apaixonante, depois que passou o momento babaquice dele, ou seja, 3 anos de idiotice e covardia, pois no fundo ele tinha medo de fazer o DNA, afinal sendo negativo ou positivo, ele sofreria duras penas, preferiu o caminho mais fácil, aceitou a esposa e a filha de volta mesmo acreditando que ela tinha sido infiel e que a criança era do suposto amante, assim ele continuaria em vantagem e não teria que pedir perdão, só acho... Apesar de tudo RECOMENDADÍSSIMO!

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  2. Olá, Beatriz!

    Realmente é uma história maravilhosa! Mas não fui capaz de perdoar o Nicolas. Quando lembro de tudo o que ele fez... Que raiva me dá! Ele foi um idiota. Merece o 1º lugar no quesito estupidez.rs

    Bjs!

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  3. Odiei a estoria,simplesmente nojenta,essa mina nao tem amor proprio,parecendo uma cadela no cio,aprontam com ela,tem a filha sequestrada e abre as pernas pro cara,perdoa o velho e ainda consola o tal Nic de vez de deixar o cara sofrer?e sem mais nem menos cai nos braços dele?uma mociinha asquerosa e podre ,qual mulher se comportaria como uma cadela no cio com a filha sequestrada? E ver as lagrimas dele apagou 3 anos de indignidade?vadia

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  4. Fico pensando o que você diria de "Sob o sol do deserto", de Tessa Radley. Porque apesar de todos os atos repulsivos cometidos por Nic (incluindo embarcar na mentira do pai de que possuía uma amante), ele só fez isso porque o pai simulou um flagrante. Já Tariq, o tapado do livro que citei, acredita no adultério da mulher só porque o pai lhe diz isso, e não questiona a fala dele em nenhum momento.

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    1. Está aí um livro que eu prefiro nem ler! Passaria muita raiva com esse Tariq. Uma das coisas que mais me irritam nesses mocinhos é justamente isso: eles acreditam em qualquer coisa que digam contra as mocinhas, dão ouvidos a todos, menos a elas.

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