27 de março de 2016

Doce Triunfo - Judith McNaught

Tempo de leitura:
(Título Original: Tender Triumph
Tradutor: Vitória Paranhos Mantovani
Editora: Best Seller
Edição de: 2000)


Numa sexta-feira, Katie conhece um homem belo, atraente, misterioso. Antes do domingo, suas vidas estariam irremediavelmente transformadas.

Cansado da ferocidade do mundo dos altos negócios, Ramon Galverra diverte-se ao ser tomado por um motorista de caminhão pela linda, independente e solitária Katie Connelly. Escondendo-lhe a condição de magnata, ele faz com que a garota se apaixone perdidamente, testando a sinceridade de seus sentimentos e sua capacidade de superar preconceitos. Um jogo de mão dupla, pois quanto mais envolve sua presa, mais seduzido, apaixonado e vulnerável torna-se Ramon. 

Sempre sustentando a farsa, ele convence Katie a acompanhá-lo a uma pequena fazenda em Porto Rico, onde a pede em casamento. Mas ela guarda um segredo, e da superação dos fantasmas de seu doloroso passado depende sua felicidade ou sua ruína. 


Palavras de uma leitora...


- Do ponto de vista da sinopse, meu resumo da história poderá conter spoilers. Porque a sinopse diz que a Katie guarda um segredo e faz com que isso pareça um dos pontos mais importantes da história, sendo que é algo que nos é revelado logo no início e apenas conhecemos mais detalhes depois. Na realidade, tal "segredo" é responsável pelas inseguranças e medos dela, mas de modo algum é um dos pontos fortes da história, uma vez que a autora sequer fez questão de escrever uma cena na qual existisse uma conversa entre a Katie e o Ramon sobre o assunto. Não me perguntem agora o que achei disso. Digo daqui a pouco.rs

Antes de continuar: como eu disse logo acima, o meu resumo (e também a resenha) da história terá spoiler. Porque tocarei no assunto do "segredo". E não. Não vou contar a história inteira. Tudo bem. Eu vou tentar não contar. 


Katie Connelly, uma jovem independente, bem-sucedida e admirada tanto pelos homens quanto pelas mulheres, sabia bem o que era estar no inferno. Um dia, não muito distante, havia cometido o erro de entregar o seu coração para alguém que parecia ter nascido para ela... que era perfeito, carismático, afetuoso, romântico... até ser contrariado. Durante o tempo de namoro e noivado, ela conheceu apenas o seu lado mais sedutor e irresistível. E mesmo sentindo que ele escondia alguma coisa dela... que a forma como se mostrava não passava de uma máscara, estava apaixonada demais para dar ouvidos ao que pressentia. E pagara um preço altíssimo por isso. As marcas de seu corpo já haviam desaparecido, mas as emocionais ainda se mantinham presentes, vivas e dolorosas. Nunca contara para ninguém tudo o que vivera nos seis meses que passara ao lado dele. E como se não bastasse todo o pesadelo que ele a obrigou a suportar, ainda tivera que vê-lo difamá-la sem piedade ao longo do tempo que durara o processo de divórcio. Sabia que era hora de seguir em frente... de deixar o passado para trás e reconstruir sua vida. David estava morto. Jamais voltaria a lhe machucar. Mas era difícil confiar outra vez, se entregar a alguém quando temia ver-se presa novamente a um casamento destrutivo. E quando aquele homem desconhecido e misterioso cruzara seu caminho e a defendera de um pretendente que não sabia escutar um "não" como resposta, Katie sentiu um medo que jamais havia sentido antes. Porque, ao olhar em seus olhos, percebeu que por ele seria capaz de arriscar tudo. E de entregar-se uma vez mais...

Ramon estava vivendo o pior pesadelo da sua vida. Dedicara-se de corpo e alma aos negócios do pai, entregando como garantia aos bancos até mesmo seus bens pessoais, transformando o que o pai começara num império e tornando-se um homem de negócios temido e respeitado mundialmente. Porém, mais do que a inveja de seus adversários, ele conquistara também a inveja de quem menos poderia esperar: de seu próprio pai. Alguém que o apunhalou pelas costas, tratando de tirar-lhe tudo o que ele um dia possuíra. Agora, seu pai não estava mais vivo e Ramon, após meses lutando, percebia que era hora de reconhecer que havia perdido. Que chegara o momento de desistir e declarar falência. Seu orgulho estava destruído e tudo o que ele queria era poder se refugiar na pequena casa onde um dia vivera, numa fazenda que ele não via há muitos anos... voltaria a sua terra natal e trataria de esquecer que um dia fora alguém e que se transformara em nada. Porém... ao conhecê-la... tudo perde importância. Já não lhe importava ter perdido o mundo se ao menos ele pudesse tê-la. Ainda que para isso ele tivesse que bagunçar toda a sua vida e convencê-la a abrir mão de tudo e partir com ele para Porto Rico. Poucos dias após conhecê-lo

Haveria espaço para o amor numa relação que começara do modo errado? E poderia o amor sobreviver às mentiras, enganos, manipulações e ameaças? 

- Por onde começo?!rs Nem sei. Estou mais do que acostumada com as histórias da minha querida Judith McNaught. Sei bem como seus mocinhos podem ser insuportáveis quando querem e fazer coisas para me tirar do sério e desejar matá-los. E uma vez que perdoei o Clayton, sou capaz de perdoar qualquer traste, digo, mocinho, controlador-possessivo-dominador-que-esqueceu-de-crescer que ela criar. Sério. Qualquer pessoa que tenha sobrevivido ao Clayton é capaz disso.kkkkkkk... E não. O Ramon não é tão irritante assim. Apenas chega perto.rs

- Juro para vocês que eu fui compreensiva e tolerante durante a história quase toda. Cada vez que ele fazia algo que esquentava meu sangue e me fazia respirar fundo, eu tentava justificá-lo, entender que ele tinha princípios, costumes diferentes dos da mocinha e que se ela estava disposta a abrir mão de sua maneira de ser por ele, tudo bem. Escolha dela. Eu deveria aceitar. Mas acontece que as coisas não são bem assim, gente.

- O Ramon foi um egoísta ao conhecer e se apaixonar pela Katie. Não nego nem por um instante que ele a amava. Fui perfeitamente capaz de perceber isso. Ele ficou perdidamente louco por ela, sentindo pela primeira vez uma ternura que jamais havia sentido por mulher alguma e no meio de toda a dor que vinha enfrentando, Katie era como um refúgio, um presente enviado quando ele mais necessitava. Quando estava ao seu lado, ele conseguia esquecer todos os problemas e sorrir novamente. Sim. Eu percebi tudo isso e meu coração se comoveu bastante com o amor que ele sentia por ela. Mas esse amor todo o fez pensar apenas em si mesmo, em suas necessidades, em seu desespero e em momento algum ele parou para pensar no que estava fazendo com a vida dela. 

- Desde o princípio ele mentiu. A fez acreditar que ele era um motorista de caminhão nas horas vagas e um fazendeiro em Porto Rico. Mas essa mentira não foi porque ele achou divertido a confusão dela, como a sinopse afirma. Nada disso. Ele mentiu porque se sentia um fracassado e não queria que a Katie soubesse que se deixara vencer, que era um derrotado. E, ao mesmo tempo que lhe escondia a verdade, tratava de exigir (Sim! Exigir.) que ela sempre fosse sincera, reagindo muito mal cada vez que percebia que ela não contava tudo. E não adiantava a Katie tentar se explicar, porque uma vez que começasse a fazer birra, ele não entendia de razão alguma. Me fazia mesmo pensar em crianças mimadas que se jogam no chão e fazem birra quando não conseguem o que querem. Com crianças tenho toda a paciência. Agora com adultos que se comportam assim nem um pouco. 

- Meus problemas com o Ramon surgiram logo no início, quando ele se apaixonou pela Katie, mas não adiou seus planos de viajar para Porto Rico. Num espaço de pouquíssimos dias, ele queria que ela não só sentisse por ele o mesmo amor que ele sentia, mas que também abrisse mão de toda sua vida, sua casa, sua carreira e viajasse com ele, para se casar e não ser mais do que sua esposa e a mãe dos seus filhos. E ai dela se pretendesse seguir trabalhando! Ele trataria de gritar e ameaçar até que ela sentisse medo o suficiente para voltar atrás. Ele seduziu e manipulou a Katie, fazendo-a tomar uma decisão que não queria. Ela não queria viajar com ele e largar tudo logo após conhecê-lo. Depois de todo o inferno que tinha vivido, tudo que ela queria era ir com calma, conhecê-lo e amá-lo aos poucos, tendo tempo para saber se realmente poderia construir um futuro ao seu lado, se estava pronta para isso. Mas ele não permite. Deixa claro que ou ela larga tudo e vai com ele, ou jamais voltariam a se ver. Nossa mocinha estava apaixonada e ele sabia disso. Por isso o cretino se aproveitava. Ele a amava? Sim. Mas era um amor egoísta. 

- Foram vários os momentos nos quais o machismo dele era evidente. Ele chegou ao ponto de mandar ela trocar de roupa e fazer com que ela se sentisse uma prostituta só porque estava vestindo um biquíni do qual ele não gostou. Ele ficou furioso porque tinha ciúmes dos outros homens e não queria que eles a vissem com aquele biquíni e por isso ele a fez se sentir uma vagabunda por estar vestindo-o. Ela teve que trocá-lo! Porque ele mandou. Não pediu, gente. Mandou! Vocês não têm ideia de como os meus pensamentos em relação a ele foram bonzinhos nesse momento... Mas a cena que me provocou grande impacto e um choque enorme foi quando ele teve uma discussão feia com a mocinha, após descobrir que ela escondeu algo (realmente insignificante) dele. Ele disse que se ela voltasse a mentir para ele, ele faria com que o ex-marido dela parecesse um santo perto dele. Nessa hora eu pensei que não estava lendo direito. Achei que de repente meus óculos estavam danificados e tive que reler a frase, acreditando de verdade que tinha lido mal. Meu coração se partiu pela mocinha que ficou tão apavorada que disse a verdade... levada pelo puro pânico que sentiu com as palavras dele. Não pude perdoar. Não me interessa que ele não soubesse detalhes do que tinha se passado entre ela e o ex-marido, ele sabia que o desgraçado a tinha agredido. E ao dizer que faria o outro parecer um santo perto dele, a ameaça de agressão fica mais que evidente. Uma agressão que seria pior que a do outro. Isso para mim foi a gota que fez o copo transbordar. Tudo o que aconteceu depois perdeu importância. Eu não o vi mais com os mesmos olhos. Não que eu acreditasse que ele fosse capaz de bater nela. Sei que ele não faria isso. Mas ele estava sempre ameaçando, pressionando, manipulando... fazendo a mocinha se sentir perdida e infeliz. E naquele momento... ela não teve medo dele só pelas lembranças do outro. Teve medo pelas atitudes dele próprio e não houve um só pedido de desculpas por cena tão desagradável. O comportamento do Ramon sempre foi muito machista.. As coisas tinham sempre que ser como ele queria. Ele anulava a personalidade da mocinha. Não houve um só instante, durante a história quase toda (antes do final) em que a Katie tivesse sido apenas feliz. Ela estava sempre insegura, confusa, porque o comportamento dele não lhe dava a segurança que ela precisava para confiar. E ele jamais tentou ser diferente! Ele sequer tentou. Isso para mim é demais. Nem que a história se passasse no século XIX! 

- Não desgostei do livro. Na verdade, foi uma leitura bem fácil, envolvente que nunca sequer pensei em abandonar. Me diverti em alguns momentos, torci pelo casal e justifiquei muito o Ramon, tratando de compreendê-lo e tendo esperanças de que ele acabaria por enxergar o medo que a Katie tinha dele e faria o possível para apagar o passado dela, para afastar aquelas lembranças tão dolorosas... mas isso não acontece. E fiquei decepcionada, não nego. Esperei demais do Ramon. Acreditei que a autora lhe daria a oportunidade de corrigir os erros que ele cometeu com a mocinha, imaginava que ele iria ajoelhar-se e pedir perdão por aquela maldita frase, jurando que tinham sido palavras da boca para fora e que ele não sabia o tipo de ameaça que estava fazendo, que preferia arrancar a própria mão antes de machucá-la e aí choraria com ela pelo passado dela... dizendo que gostaria que o traste do David estivesse vivo para que ele o matasse com suas próprias mãos... Mas tudo isso ficou só na minha imaginação mesmo.rs Quem conhece os livros da Judith sabe que seus mocinhos pedem perdão com paixão, se arrependem de verdade e protagonizam as cenas mais lindas e emocionantes de arrependimento. Até mesmo o Clayton!!!! Lembro que meu coração se partiu em vários pedaços quando ele deixou a Whitney ir... quando preferiu condenar-se a uma vida sem ela do que tê-la ao seu lado à força, depois da forma desprezível como a tinha tratado. Foi uma prova de amor que me deixou em prantos. E aí o Ramon sequer pede perdão. Cadê aquela carinha do WhatsApp para expressar como me senti em relação a ele?! Aquela em que o bonequinho fica olhando pro lado, com os lábios pra baixo. Expressa muito bem o que senti.rs

- A verdade é que esperei muito da história. Justamente por ser fã da autora e conhecer muito bem os seus livros. A história em si é muito boa, mesmo que o final deixe a desejar. Meu maior problema foi o mocinho. Não digo que não cheguei a amá-lo. Pelo contrário, começar a amá-lo foi fácil, fácil. Inevitável. Mas eu não estou cega (pelo menos, não tanto). Não deixei de ver os inúmeros defeitos dele só porque o amo. E não pude perdoá-lo pela forma como ele tratou a Katie e sobretudo aquela frase, aquela ameaça horrível. Enfim...

- Dei 4 estrelas ao livro no Skoob, mas considero a história digna apenas de 3 estrelas. O livro ganhou mais uma estrela pelo meu carinho pela autora, que faz com que eu tente ser mais compreensiva e entender os problemas mentais do mocinho. 

Leitora apaixonada por romances de época, clássicos e thrillers. Mãe da minha eterna princesa Luana e dos meus príncipes Celestino e Felipe (gatinhos filhos do coração). Filha carinhosa. Irmã dedicada. Amiga para todas as horas. Acredita em Deus. E no poder do amor.

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