27 de junho de 2011

Sozinha no Mundo - Violet Winspear

Tempo de leitura:




Foi em meio a uma noite escura e chuvosa que uma garota assustada surgiu no solar dos Chase, saída do bosque de Devon. Mais irreal que sua aparição, era sua história ela só sabia que se chamava Lígia. Avery Chase acreditou nela, mas Bob, seu primo, achou que ela não passava de uma vigarista, disposta a arrancar deles o que pudesse. Levada por um impulso, Lígia queria provar a Bob, aquele demônio sem coração, que falava a verdade, que se esforçava para recordar o passado. Sua única pista era a marca de anel que tinha na mão esquerda, e que lhe dava muito medo. Como se não bastasse, Bob ainda se divertia, torturando-a, e tarde demais Lígia entendeu por que ele fazia isso...




Palavras de uma leitora...





"- Realmente este é um jogo fascinante, Lígia. Ficar especulando com os "se" de nossas vidas. Quantas vezes nós nos perguntamos onde estaríamos se isso ou aquilo não tivesse acontecido? Ou o que faríamos se tais e tais coisas não surgissem? - Ele sorria de uma maneira delicada quando andou até ela, colocou o braço em seu ombro e levou-a para a escada. - Você acredita que algum dia nós teremos alguma resposta para os nossos "se", Lígia? Ou será que ficaremos para sempre no escuro?


- Não! No escuro, não! - Lígia sentiu que ele a apertou um pouco, como se também detestasse a escuridão."
 
 
 
 
- Bem... Eu sou humana, certo? rsrsrs... Então tenho direito de mudar de opinião como todo mundo, vocês não acham? Eu acredito que sim! rsrs... Sabe... Eu tinha comentado com a Carla e com a Mónica que daria três estrelas ao livro, pois ele era bom, agradável de ler para passar o tempo, mas que eu não o leria de novo. Mas eu mudei de ideia. Não. Não é que eu simplesmente mudei de ideia. Não disse assim: "Ah, o livro é bom, mas eu acho que vou colocá-lo como muito bom"...rsrs... Não. A culpa foi exclusiva do livro! É que quando estava se aproximando do final ele simplesmente me emocionou... É como se a autora guardasse o melhor para o final. Ele não merece as cinco estrelas, mas merece quatro. Eu não leria de novo o livro inteiro, mas leria novamente as páginas a partir da aproximação da Lígia e do Robert.



"Robert é um pagão, um bárbaro! E os bárbaros não tem leis! Nisso residem o fascínio e o perigo que representam; a sua grandeza e a sua perdição. Eles amam a vida, em compensação não temem a morte. Raramente amam, mas, quando odeiam, odeiam com cada gota de seu sangue..."



 
- É incrível o que o amor pode fazer com as pessoas, não? É simplesmente lindo de se ver... Nem sempre, pois o amor pode destruir também... Amar é muito complicado. Às vezes o amor pode ferir de uma maneira impossível de se suportar. E ele pode, literalmente, matar uma pessoa. Foi o que aconteceu com Carmelita, mãe de Robert. Ela era uma linda dançarina espanhola e se apaixonou por Stephen, pai do nosso mocinho. Largou sua vida, sua carreira, tudo e foi viver com ele. Se casaram e ela lhe deu sua vida. Tudo o que era. Ela o amava com loucura. Até Avery, sobrinho dela por causa do casamento dela com Stephen, chorou sua morte. Segundo ele, ela era uma pessoa maravilhosa. Mas é tão triste ver como sua vida terminou... Por amar a pessoa errada, ela morreu. Dá até uma dorzinha no coração imaginar o que ela deve ter sentido quando entrou naquele iate... Fico me perguntando: "Por que ela fez isso? Por que foi com ele?" Será que estava tão cega que não viu que ele ia matá-la? Mas ao lembrar das últimas palavras que o Avery disse que ela falou antes de morrer, penso que ela desistiu. Ela simplesmente desistiu de viver. Ela e Stephen tinham tido mais uma de suas inúmeras brigas. Carmelita havia escolhido a pessoa errada para sua vida e estava pagando por isso. Nem o amor era capaz de fazê-la aguentar mais um dia ao seu lado. E eles tiveram a pior briga. E suas últimas palavras foram: "Eu não posso continuar vivendo com um demônio... Minha vida com você é um inferno. Seria melhor que estivesse morta." 
 
E o assassino, seu próprio marido disse: "Você tem razão. Concordo. Morta você estaria melhor!"


Depois disso, ele a levou para um iate, num dia de tempestade, e um "acidente" aconteceu. Mas eu não acredito nen um pouco nisso. E não é só por opinião própria. A própria mãe do Stephen e o primo do Robert, Avery, nos dizem com quase todas as letras que o canalha matou a Carmelita e se matou também. É um caso parecido com aqueles que cansamos de ver na televisão, ler na internet, etc. Ela não o queria mais e ele, obcecado, decidiu que acabaria com a própria vida, mas a levaria junto. Não sinto nem um pouco pelo canalha, mas sinto muito por Carmelita. Ela não merecia isso. Era boa, uma pessoa linda tanto por fora quanto por dentro... Não. Eu não a conheci...rsrsrs... O livro não fala muito dela, mas o pouco que fala, nos diz quem ela era, entendem? Enfim... E deixei claro quem ela era, certo? Uma pessoa maravilhosa, resumindo. E vocês acham que o Robert puxou a quem? Acham que ele é igual o assassino que teve como pai ou a pessoa maravilhosa que teve como mãe?


- Foi isso que me emocionou. Entender o Robert. Eu conhecia o passado dos pais dele, pelas palavras do Avery e mesmo assim achava o livro apenas bom. Mas o que mudou? Perceber quem era o Robert... Apesar de um homem cínico, cruel em alguns momentos... supostamente insensível.... Nosso mocinho não passava de um menino morrendo de medo de amar e acabar fazendo o mesmo que o pai fez. Entendem? Quando eu o conheci melhor, quando percebi isso, não pude deixar de amá-lo. Tudo que ele era não passava de uma "máscara", uma forma de se esconder... Como todo mundo, ele cometia erros, mas por causa da tragédia do seu passado, ele pensava que cada erro significava que ele era igualzinho ao pai. Ele esqueceu quem a mãe havia sido e se concentrou somente em quem era seu pai. Já ouviram aquele ditado que diz: "Filho de peixe, peixinho é" ? Então... O Robert parecia acreditar completamente nessa frase. E por isso, ele decidiu se transformar em alguém igual ao pai. Ele não era aquilo, mas achava que era. Eu cheguei a odiá-lo no início. No começo da história, ele não era um monstro. Em momento algum ele é realmente uma pessoa má, mas agia de modo cruel, frio e magoava a mocinha de propósito. Eu não gostava dele, mas quando percebi que aquela pessoa não era real, abri meu coração e comecei a ler o livro "enxergando-o" de outra maneira. Ele deve ter vivido o próprio inferno enquanto acreditava que era igual ao pai. Ele sequer se permitia amar por causa disso, pois não queria destruir a vida da mulher que viesse a amar. E o mais cruel, é que seus próprios parentes, mesmo sem ter a mínima intenção, o faziam acreditar cada vez mais nisso. Sua avó disse para Lígia que não desejava que ele tivesse o mesmo destino que os outros homens da familia: o inferno. Ela não queria isso, mas ao dizer isso é como se ela acreditasse que o Robert fosse alguém excessivamente cruel, quase sem salvação...rsrs... É absurdo! E o Avery, que também amava o primo e o tinha como amigo, disse que ele não seria capaz de fazer uma mulher feliz mesmo se a amasse! kkkkkk.... Como ele poderia se ver como uma pessoa no mínimo, gentil, se seus parentes o viam como alguém "assim"???? Eles não faziam por mal, mas por ele ter o sangue do pai, acreditavam que o pobre coitado era um demônio também... Enfim... e nosso mocinho decidiu seguir os passos do pai. Começou a magoar os outros de propósito, assustando, fazendo as pessoas sofrerem e, supostamente, não sentia nenhum remorso por isso. Pura mentira! Ele não era mau!!!! Aquilo era uma farsa! É lógico que ele sentia remorso! E foi ele que fez o livro acabar se tornando um pouco especial para mim. Não o livro inteiro, mas sim a partir do momento que ele e a Lígia se aproximam mais, quando eles vão para Londres sozinhos, pois é nesse momento que ele se revela mais. É aí que o conhecemos realmente e olhamos para trás exergando com outros olhos as atitudes dele. Tão sozinho, tão solitário... E tudo por causa dos erros de outra pessoa. A tragédia que marcou sua vida. Se não fosse por isso, ele sequer teria agido como agiu antes.


- Eu não vou explicar a história, pois já estou falando muito sobre um dos personagens principais. Acho que é melhor vocês lerem sem saber muito bem como é a história. Quero falar mais do Robert, pois é ele que marca o livro...rsrs... Enfim... É lindo quando esse mocinho maravilhoso começa a mostrar seu verdadeiro eu. Esses foram os melhores momentos dessa história. A primeira vez que ele faz isso, mexe comigo, mas ainda não me faz gostar dele...rsrs... Foi bem antes de eu começar a entendê-lo. Mas eu lembro de ter comentado com a Carla que nesse momento eu sentia compaixão por ele. Já era alguma coisa, não? Mas agora eu o AMO!!! :D


"Eu amo as ondas, os ventos, as tempestades praticamente tudo o que existe na natureza e que talvez ainda não tenha sido tocado pela mesquinhez do homem" poema de Shelley



"Ele que se vá, ele que se dane

deixe que afunde ou deixe que nade
ele não liga para mim
e eu não ligo para ele.
Você pode ir e achar outra igual
eu espero que goste
pois eu vou me casar
Com um rapaz muito melhor..."




- Quando ele cita o poema que está antes da música, que fala sobre a natureza, ele está vendo a Lígia com o Avery... Ele se aproxima e toca nesse poema, diz exatamente o mesmo que Shelley. E naquele momento eu enxerguei sentimentos nele pela primeira vez. A Lígia também viu isso...rsrs... Depois, querendo ter nossa mocinha um pouco mais perto mesmo não podendo tocá-la, ele convida os dois para uma festa que estava tendo ali perto e onde ele estava antes de ir perturbar a paz do "quase" casal...rsrs... É aí que ele toca piano e canta essa música tão triste. A Carla mencionou que ele poderia ter cantado essa música como uma indireta para ela, pois ele estava notando que ela e o Avery estavam muito "próximos", entendem? E ela estava certa! rsrs... Segundo as palavras dele no final, era isso mesmo. E ele até queria isso mesmo que não pudesse viver sem ela. Ele queria que ela fosse feliz com alguém que "não destruiria sua vida". E ele acreditava que, se ousasse tê-la, acabaria com ela como o pai fez com sua mãe. E só essa atitude já nos mostra que ele não é cruel. Desde quando uma pessoa má costuma se importar com os outros? Uma pessoa má gosta de destruir, machucar... Se ele fosse realmente mau, iria fazer de tudo para tê-la e não se importaria nem um pouco com a felicidade dela ou se acabaria matando-a. E ele não agiu assim. Preferiu deixar que o Avery a conquistasse. E, só para encerrar, eu vou falar da atitude dele no final da história.
 
- Ou melhor, vou colocar aqui. Mas antes vou fazer uma pergunta: Com quem vocês acham que ela fica? Depois do que ela diz nesse trecho que vou colocar...  Será que o Robert vai aceitá-la? Vai correr o risco de acabar matando-a um dia? Eu não vou dizer, é claro! rsrs... E dessa vez ninguém pode dizer que eu falei demais. Não da história. Não contei como a mocinha ficou com amnésia, nem quem era o Robert na vida dela, como que ela acabou envolvida com o Avery... Não falei quase nada sobre a história em si. Falei sobre o Robert! rsrsrs... Mas é porque eu acabei amando-o e é por causa dele que não esquecerei esse livro. O livro não é inesquecível. O Robert é que é. É ele que não poderei esquecer e por ele o livro ganhou mais uma estrela. E eu recomendo essa história? Sim. Vale a pena lê-la, pois só assim vocês poderão conhecê-lo. :D
 
 
"— Eu? — Ele colocou as mãos no rosto de Lígia. — Sua maluquinha! Eu arruinarei sua vida do mesmo modo que meu pai fez com minha mãe. Em breve haverá um oceano nos separando. Eu farei isso! Esquecerei Storm, a Minha Herança, e seguirei para Nova York!



— E vai me deixar aqui sozinha na estrada, pisando nesses palcos vagabundos, com aqueles cenários caindo aos pedaços? — Ela estava rindo, repetindo as palavras dele no dia em que a convidou para o papel de Storm.


— Você não precisa fazer nada disso — ele falou, sério. — Encontrarei um emprego decente para você antes que deixe Londres.


— Eu... eu não quero isso! — Seu riso cessou e seus olhos foram ficando úmidos. — Tudo o que eu quero é você. Trazer conforto e tranqüilizar seu espírito. Não tenho medo de seus fantasmas e acho que você os deixou crescer demais. Você não é filho apenas de Stephen Chase, você é filho de Carmelita. Você alguma vez olhou para além de sua semelhança com Adam Chase? Você nunca viu sua mãe em você? Em seus olhos, em seus ossos? Nesse seu temperamento teatral, de que você me falou uma vez? Não tenho medo do filho de Carmelita, eu o amo!


A noite chegava e estava tão escuro sob aquela árvore, que eles pareciam dois fantasmas.


— O que a faz me amar quando eu duvidei de você e a magoei? — Robert sussurrou. — O que a faz ser tão maluca, suave, birutinha desse jeito?


— Talvez seja o meu temperamento teatral — ela sussurrou.


Ele jogou o cigarro para trás e os dois se abraçaram, fortemente. Robert disse:


— Se eu pegar você, nunca escapará de mim. Eu sou obstinado, mão grande e uma série de outras coisas não mencionáveis, e a quero com um desespero que a fará prisioneira de mim. Você pode ir agora, mas, uma vez minha, nunca mais poderá me deixar. Portanto pense muito bem, Lígia. Escolha agora.


— Se você me ama, você escolhe por mim. É tudo o que eu peço. A segurança de ser sua prisioneira. "
 
 
 
- Violet Winspear faz parte daquela lista de melhores autoras feita no ano passado. Foram vocês que escolheram quais eram as melhores autoras dentre as que eu coloquei na lista. E ela ocupa o décimo lugar junto com Anne Hampson e Margaret Pargeter. Confiram mais uma vez a lista:
 
 
1º Lynne Graham (44 votos)


2º Penny Jordan (23 votos)


3º Helen Bianchin e Michelle Reid (17 votos)


4º Candace Camp e Carole Mortimer (12 votos)


5º Emma Darcy (11 votos)


6º Lynsay Sands e Hannah Howell (10 votos)


7º Charlotte Lamb e Sara Craven (9 votos)


8º Lucy Monroe (8 votos)


9º Celeste Bradley e Patrícia Grasso (6 votos)


10º Anne Hampson, Margaret Pargeter e Violet Winspear (5 votos)


11º Jessica Steele (4 votos)


12º Julia James e Kay Thorpe (3 votos)


13º Tami Hoag e Day Leclaire (1 voto)





Uma leitora que se envolve profundamente com as histórias que lê, que é apaixonada por músicas, filmes... uma romântica incurável.Leitora apaixonada por romances de época, clássicos e thrillers. Mãe da minha eterna princesa Luana e dos meus príncipes Celestino e Felipe (gatinhos filhos do coração). Filha carinhosa. Irmã dedicada. Amiga para todas as horas. Acredita em Deus. E no poder do amor.

Um comentário:

  1. Pois é, Luna. Eu li essa história faz tempo e não lembro de quase nada. rsrs Mas eu tinha obrigação de lembrar desse mocinho! :P


    Bjs
    Carla

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