21 de abril de 2012

A Doçura da Chuva - Deborah Smith

Tempo de leitura:

(Título Original: A Gentle Rain
Editora: Porto Editora
Tradutora: Elsa T. S. Vieira)


Kara Whittenbrook tinha uma vida privilegiada. Filha de dois ambientalistas famosos, cresceu entre a selva amazónica e os melhores colégios da elite americana.Com a morte dos pais num acidente de aviação, torna-se herdeira, não só de uma enorme fortuna, mas também de um segredo que abalará por completo o seu mundo - o facto de ter sido adoptada. Decidida a encontrar os seus pais biológicos, Kara parte para a Flórida, onde conhecerá Ben Thocco, um rancheiro que vive rodeado de gente singular. Em pouco tempo, ela fará parte de um universo diferente, que lhe abrirá as portas de um amor inesperado e de amizades genuínas, e a ajudará a tomar as mais difíceis decisões...




Palavras de uma leitora...



"- Esta guerra não é tua.

Levantei-me.

- Claro que é. Eu vou-me embora. É melhor. Mudo-me para o motel...

- Partias o coração do Mac e da Lily se fizesses isso. E do Joey. E... de toda a gente. E eu... eu ia lá buscar-te e trazia-te de volta à força. - Esfregou as mãos com nervosismo. - À força não. Sabes o que quero dizer. Não vás."


- Existem livros bons. Ótimos. Maravilhosos. E existem aqueles que além de serem inesquecíveis, nos deixam sem palavras. Fazem com que não saibamos o que dizer. Ou como dizer. E A Doçura da Chuva é um desses livros. Este livro me deixou completamente sem palavras. Não faço ideia de como colocar em palavras o que sinto pela história. Por enquanto, tudo que posso dizer que este é um dos livros mais especiais que já tive o privilégio de ler. E que eu o recomendo muito. Se você tiver uma oportunidade, leia-o! Não irá se arrepender. Sabe aqueles livros que possuem magia sem serem sobrenaturais? Que são mágicos por serem profundos e humanos? Humano... Sim, este é um livro humano. Com personagens especiais, com defeitos e qualidades. Que erram e admitem seus erros. Que sentem medo, dor, angústia, esperança. Que acreditam em Deus. E que em outros momentos, momentos de desespero, se perguntam se Ele realmente existe. E se existe, por que permite que certas coisas aconteçam. Este livro possui personagens que lutam mais do que muitas pessoas deveriam lutar. Que sofrem mais do que muitos e que mesmo assim, estão sempre prontos a dar um sorriso. Prontos para ajudar. Personagens (que para mim são pessoas) que acreditam na humanidade mesmo que a humanidade os despreze. Que são capazes de ver numa égua violenta apenas uma pobre bebê que foi magoada e que precisa de ajuda. 

"Lily aproximou a cabeça das nossas.

- Sei o que aquela formiga está a pensar.

- O que é? - perguntei gentilmente.

- Que tudo o que é preciso é cada um chegar ao cimo da sua própria folha de erva. Se o conseguirmos, somos especiais, e não interessa a que altura as outras pessoas conseguem subir nas suas folhas de erva."


- Personagens com deficiências físicas ou/e mentais. Pessoas desprezadas, excluídas, condenadas injustamente. Que suportam as palavras cruéis e tentam não acreditar no que aquelas pessoas más dizem. Pessoas que encontraram num homem atormentado pelo passado e pela certeza de que está perdendo seu irmão, ajuda, esperança, socorro. Elas encontraram neste homem tão sozinho alguém que não as desprezava e estava disposto a permitir que elas vivessem como pessoas normais. Que estava disposto a mostrar que elas também eram preciosas, importantes. Que eram mais do que pessoas que tiveram o azar de serem deficientes mentais. 


"Pensei em Ben, grande e forte e enganadoramente sardónico, a cuidar pacientemente das intimidades do irmão no espaço confinado e anti séptico de uma casa de banho pública. Enquanto via Lily e Mac a comerem os seus gelados, perguntei-me se alguma vez trataria deles de forma tão altruísta."

- Kara Whittenbrook era uma mulher sortuda. Tinha os pais mais maravilhosos do mundo, era bem-sucedida financeiramente, herdeira de uma enorme fortuna e querida por todos que faziam parte da sua vida. Mas apesar da riqueza, não teve uma infância fácil. Quando menina era desprezada por ser gordinha e gaga. Rejeitada pelos outros colegas do internato, passou a ser uma menina muito tímida e sozinha. E durante anos lutou para emagrecer e superar a gaguez. Em momento algum ela desistiu. E essas experiências tão desagradáveis contribuíram para torná-la uma pessoa sensível, capaz de entender e ajudar aqueles que possuíam limitações. Que tivessem algum problema do qual se envergonhassem. A tornaram capaz de entender aqueles que não eram "perfeitos". 

Mas Kara nunca teve que lutar realmente por algo. O dinheiro podia comprar muitas coisas. Kara nunca teve que realmente enfrentar a vida real. Nunca teve que se arriscar. Até a morte dos seus pais...

Perder Charles e Elizabeth foi um golpe muito cruel para ela. Seus pais eram tudo que ela tinha de mais precioso na vida. Eram seu porto seguro. Aqueles que a levantariam se ela caísse. Aqueles que se arriscaram para lutar pela natureza, para proteger a natureza daqueles que só pensavam em explorá-la. Aqueles que tinham livrado uma menina inocente, uma pobre bebê, de ter uma vida muito infeliz. Aqueles que a haviam salvado. E que ela sequer sabia disso. Até a morte deles.

Logo após a morte dos seus pais, enquanto mexia nas coisas que tinham sido deles, mergulhando nas lembranças, Kara encontrou um documento que alterou toda sua vida. Que lhe tirou o chão. Ela não era filha biológica daquelas pessoas tão maravilhosas. Tinha sido adotada. E descobriu mais... Descobriu que seus pais biológicos eram deficientes mentais. Pessoas "imperfeitas" e que tinham aberto mão dela como se ela fosse um objeto que não lhes interessava mais. Foi aí que Kara decidiu fazer aquilo que seus pais tanto queriam que ela fizesse: enfrentar a vida real. 


"Quando Joey morrer, eu olharei para essas nuvens e fingirei que é ele que está a passar. Pensarei na música de harpa de Karen a fazer-lhe companhia. Canções de Elvis. E tentarei encontrar algum sentido para além da solidão. Será isso o que verei. Solidão, dor e fé, certo e errado.

E mais nada.

O médico pousou a mão no meu ombro.

- É um processo lento, Ben. Ele ainda tem meses pela frente. Podemos controlar o estado do seu coração com mais um ou dois medicamentos, que o manterão confortável. Leve-o para casa, aprecie a companhia dele e crie memórias."


- Ben era um sobrevivente. Sobreviveu às privações da infância, a rejeição por ter um irmão com Síndrome de Down. Sobreviveu à morte dos pais. Ao abuso daqueles que tinham poder. À dor causada pela certeza de que em pouco tempo perderia seu irmão. 

Aos dezesseis anos de idade, Ben perdeu seus pais. E teve que enfrentar o mundo sozinho. Teve que fazer escolhas difíceis para manter o irmão ao seu lado e impedi-lo de passar fome. Teve que fazer coisas das quais se envergonhava para dar um futuro seguro ao seu irmão. Mas se tivesse que fazer tudo de novo, ele faria. Faria qualquer coisa por aquele irmão que não tinha culpa por ser "especial". Faria qualquer coisa por aquele menino inocente e que era totalmente dependente dele. 

Durante anos ele lutou, colocou os princípios de lado e batalhou para conseguir juntar dinheiro suficiente para voltar para os Estados Unidos, para o interior da Flórida e realizar o sonho do seu pai. Ter um rancho que pudesse chamar de seu. Um lugar seguro onde poderia dar tudo que seu irmão precisasse. E ele conseguiu. 

E para surpresa de todos, não foi trabalhadores "normais" que ele contratou para ajudá-lo. Sem segundas intenções, ele assumiu a responsabilidade por pessoas que não teriam oportunidade de viver de forma digna em outro lugar. Ele estendeu as mãos àqueles que eram excluídos. Desprezados. 

E é esta ação, altruísta e humana, que vai colocar Kara em seu caminho.


" - Às vezes ainda parece que foi ontem. Estou a ver televisão e penso: "Eles haviam de ter gostado disto. Gostava de poder vê-los a assistir a este programa." Vejo pessoas da minha idade a jantar fora ou às compras com os pais e invejo-as terrivelmente. Vejo uma nova cor de azálea e quero comprá-la para a minha mãe, porque ela adorava azáleas. Quero falar-lhe nisso, só para ver os seus olhos iluminarem-se. Compro um cavalo novo e penso: "Será que o meu pai teria gostado deste?" Isso é o pior, sabe? Querer falar com eles, mas não saber sequer se eles ainda me ouvem."


"Ben engoliu em seco. Virou o rosto para a paisagem do pântano. 

- Olho para ali e daria tudo para que eles pudessem estar aqui e ver esta paisagem. Para que tivessem aquilo que sempre quiseram, um rancho como este. Terra. Um sítio a que pudessem chamar seu. Tento pensar neles no... Céu, ou como queiras chamar-lhe... a olharem para mim e para Joey com satisfação. Digo a mim próprio que eles não estão tristes por nunca terem tido um rancho como este.

Digo que eles estão para além de todas as necessidades e desejos terrenos. Mas... parte de mim detesta pensar no que eles perderam e naquilo que o Joey e eu perdemos por eles terem morrido novos, aquilo que só tive possibilidade de lhes dar depois de eles já cá não estarem. Daria tudo para os ouvir dizer que estão orgulhosos de mim. Não viveram o suficiente para eu poder estar à altura dos seus sonhos."


- Sabe o que é um rapaz, ainda adolescente, enfrentar sozinho o mundo e ainda ser responsável por uma criança? Uma criança com Síndrome de Down e problemas cardíacos sérios? Vocês não têm ideia do que o Ben teve que suportar, não sabem as escolhas difíceis que ele teve que fazer e eu não lhes direi quais foram. Existem coisas que não devemos contar. Não é justo eu contar tudo sobre o passado do Ben, pois são coisas que vocês devem conhecer aos poucos, da maneira da autora. Lendo o livro. Também não esperem que eu conte muitos segredos da história. Na verdade, não pretendo contar nada que seja importante. Não irei contar aquilo que vocês devem descobrir lendo o livro. Agora só irei falar dos personagens. 

- É difícil falar do Ben. Se não tenho palavras para dizer o que sinto pela história, pelo Ben muito menos. Sabe quando a emoção é tão forte que você fica sem fala? Eu terminei de ler este livro ontem, mas não consegui começar a fazer a resenha sobre ele. Até tentei, mas quando comecei a escrever fui tomada pelas lembranças... Lembrei de tantas cenas especiais do livro que senti vontade de chorar e não tive condições de continuar escrevendo sobre ele. Desisti e deitei na cama, ouvindo as músicas que me faziam lembrar do amor que existia entre o Ben e a Kara, pensando na Lily, no Mac, no Joey, na Estrela e em todos aqueles que tinham roubado o meu coração através desta história. Pensei naquela Flórida, no rancho e na floresta... desejei estar lá, no mundo do Ben. Naquele mundo mágico e único. Creio que nunca desejei tanto fazer parte de uma história, como desejei fazer parte desta. Queria presenciar tudo aquilo. Sei... Parece loucura e talvez realmente seja, mas esta história me envolveu tanto que eu queria fazer parte dela. Eu "senti" esta história, eu me apaixonei por diversos personagens, me emocionei e sofri com eles. Também dei muitas risadas com eles, com eles também ultrapassei os obstáculos e venci. Com eles fui feliz. Estas personagens simplesmente roubaram o meu coração. 

E eu quase não fiz esta resenha. Além de não saber o que falar, sentia medo de não conseguir passar para vocês tudo que senti e fazê-los desejar ler o livro. Sentia medo, pois esta história merece ser lida. Precisa ser conhecida. Cada vez mais. Por mais e mais pessoas. Então, eu pensei que se não conseguia colocar os meu sentimentos em palavras, o melhor seria não escrever nada, pois seria injusta com a história. Vocês pensariam que ela não é especial se eu não conseguisse passar sentimento nesta resenha. E por isso, cheguei a tomar a decisão de não escrever nada sobre o livro. Minha resenha não estaria à altura da história, então, o melhor era simplesmente guardar tudo que sinto para mim. Não falar nada. Mas eu não consegui. O Ben, a Kara, Mac, Lily, Joey, Estrela e os outros prometeram me ajudar a escrever esta resenha. Disseram que era só eu pensar neles que conseguiria escrever. Me perguntaram se eu não tinha aprendido nada com tudo que eles me contaram, se não aprendi nada com a história deles. Não era para eu acreditar que era incapaz de escrever uma resenha sensível sobre eles. Me disseram que o que vem de dentro é verdadeiro e que vocês sentiriam isso. E sabe? Eu acredito neles. Eu confio neles. E quando acordei tomei a decisão de vir aqui e colocar para fora tudo que sinto e consigo escrever. Sei que não é suficiente, pois só lendo o livro vocês conseguirão sentir tudo que sinto, mas é sincero, vem de dentro do meu coração. É parte do que sinto por esta história. E precisa ser compartilhado. 


"- Não tens namorada, nem mulher, nem vida social. Não tens filhos. De que andas tu a fugir?

- Nenhuma mulher no seu perfeito juízo aceitaria tomar conta do Joey, deste rancho, desta gente, de mim. Pelo menos nunca conheci nenhuma suficientemente louca para isso. Ou suficientemente forte.

- Ou talvez tenhas medo, apesar das garantias científicas de que o gene é aleatório, de que se casasses e tivesses filhos pudesses ter uma criança com Síndrome de Down, como o teu irmão.

Os ombros dele abateram-se.

- Sim, Deus me perdoe. Porque um anjo é suficiente para mim. Não sou nenhum santo. Por isso, digo-te: os anjos podem dar-nos um vislumbre do Paraíso, mas também nos partem o coração."


- Quem é o Ben para mim? Alguém que apanhou muito da vida, mas não a deixou derrubá-lo. Alguém com quem o destino foi cruel, mas, apesar dos próprios tormentos, do próprio sofrimento, quis ajudar aqueles que também tinham apanhado. Um homem que era pai e mãe de pessoas desprezadas pela sociedade, de pessoas especiais e que precisavam simplesmente de alguém que acreditasse nelas e lhes desse uma chance de provar que realmente eram especiais. Especiais no bom sentido. Alguém que, em alguns momentos, desejava não ter toda aquela responsabilidade que tinha, simplesmente por não ter condições de tê-la. Por ser demais para ele e que mesmo assim não desistia, não abandonava aqueles que precisavam dele. Um homem que chorava, sofria sozinho para não fazer sofrer aqueles que ele amava. Um homem especial que se sacrificou, abriu mão da sua inocência e juventude para dar o que comer ao irmão. Alguém que jamais irei esquecer. Falar do Ben enche meus olhos de lágrimas porque ele é simplesmente incrível. É especial e é real, sabe? Nós não sentimos, durante a leitura, que ele é alguém impossível de ser real. Ele não é perfeito, gente. Também erra. Também faz idiotices. Sente coisas que pessoas humanas sentem. Ele também está longe da perfeição, como todo ser humano, mas se torna perfeito por isso. Por ser humano. Ele conseguiu o privilégio de pertencer ao primeiro lugar da minha lista de preferidos, ao lado do meu Roger. Sei que o Roger não vai se importar de dividir este lugar com ele. Ambos ocupam este lugar por motivos, situações e escolhas diferentes, mas parecidas de certa forma. Dignas de me fazerem ter a certeza de que eles devem ocupar este lugar. O segundo lugar não é indigno. Royce Westmoreland ocupa o segundo lugar na minha lista de preferidos (sim. Comecei a passar a lista para o papel.rsrs...) e quem conhece a história dele sabe o quanto ele é especial. Tem lugar só dele no meu coração também. Mas eu precisava colocar o Ben em primeiro lugar junto do meu Roger. Porque ambos precisam ocupar este lugar. Porque eu preciso que eles ocupem este lugar. Não ficaria satisfeita com menos. Na hora que eu dividir a lista em preferidos de livros históricos e contemporâneos, ambos ocuparão o primeiro lugar. O Roger como preferido dos livros históricos e o Ben, dos contemporâneos.


"Uma pessoa pode pôr a preocupação de lado e seguir em frente. É como se trancássemos a tristeza numa jaula, sabendo que conseguirá escapar mais tarde, mas não agora."

- E o que posso falar sobre a Kara? Lembro com clareza do momento no qual ela socou a vaca chamada Tami, uma moça rica, mimada e cruel. E lembro dos motivos da Kara para socar aquela vaca. Lembro de tudo que ela fez por aquelas pessoas que se apaixonaram por ela assim que a conheceram e que também se tornaram dependentes dela. Lembro de como ela levou risos, música e alegria para a vida do Joey. Lembro dos sorvetes que ela fez com que fossem entregues para ele, quando ele estava no hospital. Lembro de como ela ajudou a defender uma égua violenta, que tinha sido maltratada no passado, carregava marcas físicas e emocionais daqueles maus-tratos e rejeitava todo ser humano. Desejava matar todo ser humano ou animal que se aproximasse dela. Ela entendeu os medos daquela égua e ofereceu sua ajuda, sua amizade. A ajudou a voltar a confiar nos seres humanos. Fez aquela égua, batizada por ela como Estrela, perceber que nem todos os seres humanos eram vermes, lixo. Lembro do amor da Kara pelo Mac e a Lily, pais biológicos dela. Lembro da forma como ela os aceitou e amou, mesmo acreditando que tinha sido rejeitada por eles quando era apenas um bebê. Mesmo acreditando que eles tinham aberto mão dela sem se importarem com seu destino. Lembro da forma como ela olhava para o Ben, da paixão que ela sentiu por ele quando era apenas uma adolescente e sequer tinha visto o seu rosto. Lembro de tudo que ela fez pelo Ben e por todos que a aceitaram sem saber nada sobre a sua vida, sem conhecê-la ou conhecer o seu passado. Pessoas que simplesmente a receberam de braços abertos e a amaram de forma natural, sincera. Lembro de tudo isso e digo, sem pensar duas vezes, que ela também é minha preferida. Que eu também a amo. Tanto como amo o Ben. A amo porque pessoas como ela merecem amor. A amo porque ela conseguiu me conquistar. Amo a Kara e o Ben não só por causa do amor que surgiu entre eles, não só pela forma como o amor que eles sentiam um pelo outro era contagiante, mágico e arrebatador, mas também porque eles realmente sabem o que é amar.


"Estendeu a mão. O meu medalhão de ouro cintilou sob os raios de sol.

- Recebi a mensagem - disse ele repentinamente - Vim aqui para to devolver em troca de algo.

- Em troca? - perguntei, com a voz embargada pelas lágrimas.

- Dou-te este coração de ouro se me deres o teu.

- Ben, é a coisa mais poética e profunda...

- Não quero ser poético. Quero que me dês um beijo."


- Mas por falar no amor que existia entre o Ben e a Kara, não posso deixar de mencionar o quanto adorei o fato da autora fazer tudo acontecer de forma natural e aos poucos. Com a convivência. Achei que foi mais verdadeiro. Cada olhar apaixonado e compreensivo, cada beijo, toque, palavra. Antes de se apaixonarem, Ben e Kara se tornaram amigos, cúmplices, companheiros. Achei esse amor doce e "real", sabe? Foi tudo natural e verdadeiro. E divertido em alguns momentos.rsrs... 

Existem duas músicas que me fizeram lembrar muito do casal. E também não poderia deixar de colocar um pequeno trecho (bem pequeno) das duas músicas.

A primeira é uma música de dois cantores dos quais sou muito fã (Servando e Florentino). Ela se chama Si Yo Fuera Tu:

Sé que es muy temprano para lo que digo
más de mi parte yo estoy convencido
que eres mi vida y la daría
toda entera por estar contigo


A segunda se chama Que Me Alcance La Vida e é do Sin Bandera. Também é belíssima!

Tantos momentos de felicidad
tanta claridad, tanta fantasía
tanta pasión, tanta imaginación
y tanto dar amor hasta llegar el día
tantas maneras de decir Te Amo
no parece humano lo que tu me das

Cada deseo que tu me adivinas
cada vez que ríes, rompes mi rutina
y la paciencia con la que me escuchas
y la convicción con la que siempre luchas
como me llenas como me liberas
quiero estar contigo si vuelvo a nacer


- A Kara falou sobre algo quase no final do livro. Algo que me fez lembrar de uma outra música também.rsrs... Não é uma música sobre o amor entre um homem e uma mulher. É uma música sobre o amor de Deus. Sim. Eu acredito em Deus e não tenho vergonha alguma de dizer isso. Já disse aqui e repito: só criei este blog, vocês só me conheceram porque Deus me deu uma nova chance. Porque Deus me devolveu a minha vida. Não. Na verdade, Ele me deu uma nova vida. Se estou viva é graças a Deus e a fé que minha mãe teve em Deus. Enquanto lia este livro lembrei de quando o cirurgião disse que minha vida corria sérios riscos. Eu lembrei do quanto eu sofri, de cada dor e do sofrimento da minha mãe. Do quanto ela sofreu por me amar e me ver morrendo na sua frente. Lembro com clareza do dia em que ela se jogou no chão do banheiro daquele quarto de hospital e pediu a Deus pela minha vida. Escondida de todos. Do meu pai e do meu padrasto que tinham ido me visitar. Escondida até de mim. Mas eu vi. Levantei daquela cama e fui atrás dela e a vi. A vi naquele chão orando por mim. É algo que não se esquece. E eu concordo com a Kara: Deus não está só nas Igrejas, só na Bíblia, só na vida daqueles que admitem serem crentes. Deus está em tudo. Deus está numa música, novela, filme, nos animais, na natureza. Deus está até num livro. E de uma coisa eu tenho absoluta certeza: Ele jamais, jamais mesmo, nos deixa sozinhos. 


Não irei colocar só um trecho dessa música. Irei colocá-la completa. Se chama "Eu Estava Lá" - Emerson Pinheiro.


Rejeições, frustrações, exclusões, lágrimas
Dores, marcas de ilusões,
São como pedras dentro da alma

Uma mãe que sente a dor de um filho que morreu e ninguém estava lá |
Deus, como isso aconteceu?
Um marido que se foi, a esposa abandonou
Um pastor que sofre a dor de
um ministério que ruiu

Mas eu sou teu Deus e Eu estava lá
No meio do teu vale, Eu estava lá
Colhendo as tuas lágrimas, estava lá
Em noites escuras, Eu estava lá

Já senti a dor do que é perder um filho
Já senti a dor do que é ser traído
Já senti a dor do que é sofrer sozinho
Fiz tudo por você
Faria de novo por você

Filho amado, hoje Eu te curo, hoje Eu te restauro
Tu és meu filho amado
Te pego em meus braços, vem com teu Pai




- Se você ler esta história, saberá por que comentei sobre minha própria vida naquele trechinho no qual falei sobre minha mãe, saberá por que falei de fé, por que disse que Deus está até mesmo em alguns livros, por que coloquei aqui a música "Eu Estava Lá". Duvido que você não se emocione com esta história. Com a história contada em "A Doçura da Chuva". É impossível os personagens especiais desta história não te conquistarem. Kara e Ben não são os únicos protagonistas. Mac, Lily, Estrela, Joey e as outras pessoas que trabalham no rancho do Ben também são. 

- Conseguiram perceber o quanto esta história é especial para mim? Gostaria de deixar uma coisa clara aqui: Boa parte dos personagens desta história é deficiente mental. São pessoas especiais, anjos como o próprio Ben disse. Então, se você despreza os deficientes físicos ou mentais, não leia o livro! Ele não serve para você. 

- Eu não poderia deixar de agradecer a minha querida amiga Carlita, por ter me indicado este livro. Carlita, nunca irei te agradecer o suficiente por me ter dado a oportunidade de ler este livro. É uma das histórias mais lindas, mais especiais que tive o privilégio de ler. Muito obrigada, minha amiga! 


- Já disse que RECOMENDO MUITO, MUITO, MUITO MESMO, ESTE LIVRO???!! :D Cinco estrelas ainda é muito pouco para ele. Nem mil seriam suficientes. 

- Ainda não acredito que terminei de ler esta história e que agora terei que me separar dela. Estou deprimida por causa disso. Vou sentir saudades do Ben, da Kara e dos meus outros anjos. Espero que eles me ajudem a ter paciência para terminar de ler um livro que está me tirando do sério e me fazendo desejar jogá-lo longe. rsrsrs... Não sou a pessoa mais paciente do mundo. Estou bem longe disso, mas creio que a Ever ainda não se deu conta. Enfim... Será que pensando em A Doçura da Chuva conseguirei terminar de ler o livro da idiota da Ever? Espero que sim. Preciso eliminar o tal livro da minha lista antes que perca a coragem de lê-lo.rsrs.. 





Bjs e até breve! :)

Leitora apaixonada por romances de época, clássicos e thrillers. Mãe da minha eterna princesa Luana e dos meus príncipes Celestino e Felipe (gatinhos filhos do coração). Filha carinhosa. Irmã dedicada. Amiga para todas as horas. Acredita em Deus. E no poder do amor.

8 comentários:

  1. Amiga, a sua resenha é plenamente merecedora do livro. Tenho certeza absoluta que vc conseguiu convencer todo mundo que ele TEM que ser lido! Você tê-lo colocado ao lado do Roger já seria incentivo suficiente. kkk

    É uma experiência única.
    Quanto ao que vc falou sobre Deus, eu acho que não é ousadia dizer que Ele tb está nesse livro.

    Muito obrigada por me ter permitido, através da sua resenha, revisitar esse lugar, personagens e história tão mágicos.



    Bjs!!

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  2. Muito obrigada, Carlita! :)

    Realmente eu não colocaria qualquer um ao lado do Roger. Para estar ao lado dele, é porque é especial. Muito especial. :D


    Sim. Deus está nesse livro. Em cada página. Do começo ao fim.


    De nada, flor. Sou eu que não canso de te agradecer por me ter indicado esse livro. :)


    Bjs!

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  3. Eu não devia dizer isso, mas lá vai.. por que vc está lendo um livro de que não está gostando?? vc por acaso fez mal a alguém?? está se castigando porquê? :D

    Manda esse livro para o quinto dos infernos! rsrsrsrsrsrs

    Essa leitua só vai te deixar na fossa. Ouve o que a sua amiga está te falando. kkk

    bjs!

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  4. kkkkkkkkkkkkkkkk...


    Obrigada pelo conselho, flor!rsrs... Eu estou lendo essa "coisa" para tirá-la da minha lista. Não suporto mais sequer ver esse livro na minha lista, fazendo parte de uma série que estou prometendo terminar de ler há anos.rsrs...

    Vou tentar terminar de ler "isso" hoje, para poder começar a ler um livro que quero realmente ler.rsrs...

    Mas pode ter certeza de que vou mandar o livro para o quinto dos infernos depois!kkkkkkkkkk...


    Bjs!

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  5. Lú, terminei de ler e estou em êxtase.Me vi voltando as páginas para buscar os trechos que eu mais gostei.Fiquei longe da net e só hj vi que já tinha feito a resenha que aliás está pra lá de digna do livro.Foi uma grata supresa,porque pude novamente relembrar as cenas.Acho que esse é o tipo de livro que muda a nossa vida,que mexe alguma coisa aqui dentro.Não é possivel ficar indiferente,ele definitivamente deixa uma marca no nosso coração.

    Eu creio que Deus está em todas as coisas e certamente está nesse livro.Que pessoas maravilhosas,que história incrível.Eu aprendi muito com eles.Acho que nunca mais vou olhar pra vida da mesma forma.Essa leitura tinha que ser obrigatória sobretudo na escola,entre os adolescentes que estão em plena formação de caracter.Acho que salvaria alguns do precipicio.

    Carlinha,muito,mais muito obrigado pela indicação.É de longe o melhor livro que eu já li até agora.Entre risos e lágrimas,com o meu coração transbordando de amor e ternura eu agradeço muito,minha vida nunca mais vai ser a mesma e juro que não estou exagerando.Eu que li também assino embaixo cada palavra da Lú e recomendo o livro vivamente.

    bjs,

    Moniquita

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  6. QUE RESENHA MAIS LINDA!
    Fiquei completamente encantada...
    Adorei a temática e o jeito como você abordou... Caramba! Quem ler essa resenha, vai querer ter o livro. Sem mais!

    Parabéns!


    :*
    Mi
    Inteiramente Diva

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  7. Citação:

    "Existem livros bons. Ótimos. Maravilhosos. E existem aqueles que além de serem inesquecíveis, nos deixam sem palavras. Fazem com que não saibamos o que dizer. Ou como dizer. E A Doçura da Chuva é um desses livros. "

    Tô louca para ler esse livro, já comprei, estou esperando chegar. Foi dica da Carla também. A Regina do Análises e Leituras tb falou super bem do livro no Twitter.

    Muito legal o espaço de vocês. Já tinha comentado aqui, mas não tinha ligado o nome às pessoa. rsrsrs

    bjokas

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  8. Olá Moniquita, Mi e Tonks!

    Moniquita,

    Obrigada, flor!

    Sim. É realmente um livro que muda algo dentro de nós. E concordo com você. É um livro que deveria ser conhecido pelos jovens. Talvez realmente pudesse salvar, ajudar, transformar muitas pessoas.


    Mi,

    Gracias! :)


    Espero que muitas pessoas leiam esse livro. Não irão se arrepender! É aquele tipo de história que só nos faz bem.


    Tonks,

    rsrsrs... As indicações da Carlita são totalmente dignas de confiança. Ela quase me leva à loucura com suas indicações.rsrs... E esse é realmente um livro especial. Você mesma verá isso quando ler o livro. Aguardo sua resenha. :)

    Gracias!


    Bjs, meninas!

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