5 de setembro de 2013

Escrito nas Estrelas - Sidney Sheldon

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Lara Cameron é uma mulher moderna e visionária que trabalhou durante toda sua vida para erguer a Cameron Enterprises, um império no ramo imobiliário. Usando sua grande inteligência e a capacidade de identificar as pessoas certas para ajudá-la a superar cada obstáculo, ela se tornou uma rainha em um universo tradicionalmente dominado por homens. Entretanto, alguém insatisfeito com o seu sucesso planeja uma vingança. Laura oculta um passado sombrio e repleto de monstros que ameaçam retornar e destruir tudo o que construiu. Marcado pelo estilo inigualável de Sidney Sheldon, "Escrito Nas Estrelas" é um suspense eletrizante.


Palavras de uma leitora...


"É o Destino, refletiu Lara. Não se pode lutar contra o Destino."


Existe realmente a possibilidade do Destino se virar contra alguém e destruí-lo? Existe realmente Destino? Nossa história já está escrita? E se sim, existirá a possibilidade de lutar contra o Destino e escrever uma nova história?

James Cameron diria que não. Para ele não existia forma de ir contra um destino cruel e vingativo. Seus pais eram muito pobres e aos 14 anos ele teve que trabalhar numa mina para ajudar com as despesas, mas ao sofrer uma lesão nas costas ficou impossibilitado de continuar trabalhando lá. Aos 16 anos, perdeu os pais num desastre de trem, passando a crer, assim, que por algum motivo desconhecido, o Destino o odiava e queria arruiná-lo. só que ele não desistiu logo de cara. Usando sua beleza e charme, casou-se com uma rica herdeira, acreditando que assim mudaria sua história. Só que depois de fazer um investimento estúpido fez com que o sogro o desprezasse e não lhes desse mais nenhum centavo. James então desistiu de lutar e passou a encontrar satisfação em seu fracasso, desperdiçando qualquer oportunidade de melhorar de vida. Vivia embriagado e deixava todo e qualquer trabalho nas costas da esposa. Quando ela engravidou, James se recusou a gastar qualquer dinheiro com um médico e ela não recebeu nenhum auxílio durante a gravidez. Ao dar à luz, enfrentou sérias complicações e acabou não resistindo. Deu à lus a gêmeos, mas o menino também faleceu, restando apenas uma garotinha que ninguém sabia se sobreviveria e que o pai desejava com todas as forças que morresse. James recusou-se até mesmo a dar um nome à criança e foi a ama-de-leite quem escolheu seu nome. Assim, ela foi batizada como Lara Cameron. 

Aquela pobre neném, que não sabia o quanto era desprezada, sequer poderia imaginar todo sofrimento e decepção que passaria na vida. Nem as marcas que seu pai deixaria em seu coração. E ela também não poderia imaginar que era forte. Forte o suficiente para superar qualquer coisa. E encontrar em seu caminho pessoas capazes de amá-la e lhe estender a mão. Não podia imaginar que a ajuda, a maior ajuda, pode vir de quem menos se espera. Mas o mesmo ocorre com o pior golpe: pode vir de quem menos esperamos...


"Quando o Destino está contra a gente, nada de bom pode acontecer."

- A história começa de uma forma muito perturbadora, quando Lara está completando 40 anos de vida. É um início que nos angustia e nos faz imaginar o que levou Lara àquela situação. O que deu errado? Que tipo de mulher ela era para provocar tamanha situação? E aí, Lara nos leva de volta ao passado e chegamos à sua infância, conhecendo-a profundamente e ainda assim, não totalmente. Acho que nunca serei capaz de conhecer totalmente a Lara. Ela sempre ocultará uma parte de si. Mas o que importa é que conheço o suficiente para saber que ela é uma pessoa incrível, com a coragem, a determinação e a capacidade de dar a volta por cima, marcas registradas das mocinhas do Sidney Sheldon. Lara é uma mulher que começou do nada, suportando humilhações, se sujeitando à coisas nojentas e recebendo golpes insuportáveis. Uma mulher que conseguiu vencer num mundo de homens, que conseguiu criar um espaço para si mesma e ainda assim, continuou sendo a mesma garotinha de antes. A garotinha que fazia com que as pessoas a amassem e quisessem ajudá-la, quando seu próprio pai desejava que ela tivesse morrido ao nascer. Que desejava que ela sequer tivesse nascido. Existia algo em Lara, algo além de sua beleza, que fazia com que os outros quisessem lhe dar uma chance e foi graças a um homem que se hospedava na pensão que seu pai dirigia, que ela entrou para a escola. Foi com outro hóspede de lá que ela aprendeu coisas valiosas, que lhe fariam brilhar no futuro. Foi graças às pessoas que a viram crescer, que ela não tinha falhado em sua primeira tentativa de ter algo seu. Algo construído por ela. Nada dado pelos outros. Nada que os outros não queriam mais e lhe davam por caridade. Não. Aquela seria sua criação. Algo para o que ela estaria dando vida. Algo completamente seu. 

" - O que me incomoda, srta. Cameron, é que não consigo definir quem é. Quando interrogo duas pessoas a seu respeito, obtenho três opiniões."

- Durante vários momentos da leitura, me peguei sorrindo ao ver Lara imaginando um prédio em determinado lugar, um hotel em outro, um shopping ali, outro edifício aqui. O entusiasmo dela, seu olhar, seu sorriso, a empolgação, me faziam lembrar do meu amor pelos livros. Para ela, aquelas criações não eram somente fonte de dinheiro. Eram muito mais do que isso. Eram sua vida. Uma parte dela. Uma parte do seu coração, da sua alma. Eu ficava fascinada vendo-a se dedicar a cada projeto e muitas vezes ter vários projetos ao mesmo tempo. Todo mundo tem um motivo para viver e o motivo da Lara eram suas criações. Era imaginar as pessoas vivendo, confortáveis, em determinado prédio, tendo algo que ela não teve quando criança. Ela conseguia visualizar pessoas felizes vivendo em suas criações, antes mesmo que o projeto estivesse no papel. Ela respirava cada uma das suas obras. E cada vez que um prédio seu ficava pronto e era inaugurado era como se uma parte que lhe faltava tivesse sido encaixada no lugar certo, era como se um vazio tivesse sido preenchido. Mas o que me entristecia era que, mesmo com o passar de vários anos, ela nunca esqueceu o pai. Não que ela lembrasse dele com amor. De modo algum. Ele conseguiu matar, de forma bem lenta e dolorosa, todo e qualquer amor que ela sentia por ele. Ela não lembrava dele com amor. Simplesmente lembrava de cada palavra amarga e cruel que ele lhe disse na vida, cada vez que tentou jogá-la no chão, fazê-la desistir. Cada vez que ele disse que ela nunca chegaria a lugar algum. Toda vez que Lara pensava nele, eu ficava triste por ela. Porque apesar de todo o sucesso, ela ainda possuía marcas profundas e dolorosas. Não conseguia se livrar delas. 

"Lara erguera um muro protetor ao seu redor. Ninguém jamais vai me magoar de novo, jurou ela. Absolutamente ninguém."

- Todo muro pode ser derrubado e com o muro protetor que Lara ergueu ao seu redor, não era diferente. Apesar de todas as tentativas para se proteger, para proteger o seu coração de uma dor já suportada no passado, Lara perceberá que ainda é capaz de amar. De se entregar de corpo e alma ao amor. De esquecer tudo por uma pessoa. De abrir mão de muita coisa por uma pessoa. Ela conhecerá esse sentimento tão lindo e tão doloroso como o amor. Mas também pagará muito caro por isso...

- Eu estou aqui, tentando me controlar ao máximo.rsrs... Sem saber exatamente o que dizer, pois não quero revelar segredos da história ou contar muito sobre a vida da Lara. Parece que qualquer coisa que eu vá dizer será demais e não quero de modo algum falar demais.kkkk... Eu amei essa história. Amei cada instante que passei com esse livro, conhecendo a Lara, me apegando àquela garotinha sem mãe, sem amor. A garotinha que tentava fazer de tudo para agradar ao pai, mas que percebeu, ainda muito nova, que o melhor era não demonstrar seus sentimentos. Que o melhor era escondê-los para não sofrer. Uma criança que cresce temendo demonstrar verdadeiro afeto por qualquer pessoa, que se vê sozinha no mundo ainda muito jovem, mas tem dentro de si uma força e uma vontade de viver impressionantes. Desde o início torcemos por ela, desejando que toda humilhação, que todo esforço e toda esperança não sejam em vão. Que o início da história não signifique o que parece. É muito fácil gostar da Lara, é muito fácil sofrer com e por ela. É muito fácil desejar que ela encontre o amor, que seu vazio seja preenchido por um homem que a ame e não por prédios frios e incapazes de retribuir os seus sentimentos. Mas ao mesmo tempo que desejamos que a Lara encontre o amor, tememos que esse sentimento possa colocar tudo que ela tanto lutou para construir, à perder. E quando Lara finalmente encontra o amor, não tememos só por isso... passamos a temer também pela vida dela. Afinal de contas, ela estava brincando com o perigo. E o risco de sair muito ferida (ou coisa pior) é enorme...

- Como eu disse, não quero falar demais. Só posso dizer que adorei ler essa história, mesmo achando que o final dela poderia ser mais elaborado, mais profundo. Não foi um final ruim, mas muita coisa ainda poderia ter sido escrita e não foi. Terminou de forma muito rápida e certas coisas não foram contadas. Mas já estou até acostumada com esse tipo de coisa. O SS adorava terminar suas histórias de forma abrupta, deixando em nossa boca um gostinho de quero mais.rsrs... Fazendo a gente desejar mais e mais. É algo muito frustrante.kkkkkk... Mas uma outra coisa que me entristeceu nessa história foi um choque que levei no final. Aquilo nunca tinha passado pela minha cabeça e o golpe foi bem doloroso.... No final, era como se uma fita contando toda a história se passasse pela minha cabeça. Me mostrando cada instante, como tudo começou e como tinha terminado para certas personagens... Eu fiquei feliz, mas também fiquei bem triste com o final. Mesmo assim, valeu muito a pena ler esse livro. :)


"Lembre-se apenas de que, no final, os mocinhos sempre vencem.
E Lara se perguntou: Sou uma mocinha?"

Leitora apaixonada por romances de época, clássicos e thrillers. Mãe da minha eterna princesa Luana e dos meus príncipes Celestino e Felipe (gatinhos filhos do coração). Filha carinhosa. Irmã dedicada. Amiga para todas as horas. Acredita em Deus. E no poder do amor.

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