15 de dezembro de 2014

Tudo por Amor - Judith McNaught

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2º Livro da Série Segundas Oportunidades

Julie é uma menina que perdeu os pais e vivia num orfanato até que uma família decide adotá-la. Porém, ela acredita que não merece, por ser essa uma família de moldes perfeitos, coisa que Julie não acreditava ser. Por isso, durante toda sua vida se esforçou ao máximo para ser perfeita e se encaixar entre eles. 

Zack nasceu entre os privilegiados, porém num momento de sua vida, sua avó decide expulsá-lo de casa e se esquecer que ele existe. Ele porém, consegue seguir adiante como ator e diretor de Hollywood, mas a morte de sua mulher em um estranho acidente durante a rodagem de um filme, o torna um presidiário. Zack decide fugir para tentar provar sua inocência e no meio do caminho ele cruza com a doce Julie, tão diferente das falsas atrizes com as quais estava acostumado.


Palavras de uma leitora...


"O que o derreteu não foram as palavras de Julie, e sim sua maneira de olhá-lo... a admiração que havia em seus olhos, em seu tom de voz. Depois do julgamento humilhante e dos desumanizantes efeitos da cadeia, já era alentador que o considerasse um ser humano em vez de um monstro. Mas que Julie o olhasse como se fosse um ser valente, decente e valioso, foi o presente mais precioso que já havia ganho em sua vida."


- Se existia algo que Zack conhecesse bem nesta vida era a dor da perda e da traição. Sabia bem o que era ser golpeado e perder aquilo que lhe era mais importante. Ainda bem jovem perdeu o irmão que amava, o lar e a vida que conhecia, e os irmãos que lhe restavam. Além, é claro, de perder uma avó que nunca lhe demonstrou nenhum afeto, mas que ele amava e admirava. E de quem não estava preparado para receber tamanho desprezo e rejeição. Embora ele soubesse que aquela mulher jamais seria capaz de amá-lo, e de dar a ele o carinho que ele tanto necessitava, foi um golpe terrível vê-la olhá-lo com todo aquele ódio, antes de expulsá-lo de sua casa e de sua vida... deixando-o por conta própria, isolando-o e tirando dele até a oportunidade de construir uma vida digna naquela cidade. Porque a influência dela era tão grande que ela poderia destruir qualquer pessoa ali que estivesse disposta a ajudá-lo, até oferecendo-lhe um abrigo ou um emprego. Ela o queria longe dali e para isso estava disposta a prejudicar quem tivesse que prejudicar. Ela deixou mais do que claro que jamais gostaria de vê-lo em sua frente ou ouvir falar seu nome. E embora a dor que o invadiu tenha sido grande demais, ele saiu de sua vida de cabeça erguida. Disposto a recomeçar em outro lugar. Sem jamais olhar para trás. Porque aquela vida já não existia mais. Sua avó e os irmãos que lhe viraram as costas... estavam mortos e enterrados para ele. E assim deveriam ficar. 

Com a ajuda de um desconhecido, Zack viajou para Los Angeles, onde começou com trabalhos humildes, que apenas abriram uma porta para o seu sucesso. Não demorou para que percebessem seu talento e seu valor e apostassem nele... num ator que se tornou brilhante, construiu uma carreira de sucesso e foi além, tornando-se diretor de filmes sensacionais, que o tornaram mundialmente conhecido... mas, ao confiar novamente na pessoa errada... ao abrigar em seu coração a esperança de ter de volta um sonho que ainda não havia morrido... tudo que ele construiu, toda a vida que ele tanto batalhou para ter, foi destruída. E, de repente, ele se viu numa maldita prisão, condenado por um crime que não cometeu, e onde deveria permanecer por mais de quarenta anos de sua vida... 

Só que desistir não fazia parte do seu caráter. Não era algo que ele pudesse aceitar. Sabia que tudo estava contra ele e que estaria arriscando a própria vida ao fugir daquele inferno... mas que vida ele possuía? Como alguém poderia ter uma vida naquele lugar? Se perdesse, poderia ao menos saber que tinha tentado... que não tinha perdido sem lutar. E então, com a ajuda de alguém que acreditou nele e ofereceu a sua amizade num momento em que ele tinha fechado seu coração para qualquer sentimento e preferia manter as pessoas o mais longe possível, ele escapou... Cogitando diversas possibilidades... imaginando que poderia ser preso ou assassinado a qualquer momento... Mas se havia algo que jamais tinha passado pela sua cabeça... é que tal fuga colocaria em seu caminho Julie Mathison e os sonhos que ele tanto tinha tentado sufocar... Não estava disposto a acreditar de novo. Não queria mais amar porque a dor que tal sentimento provocava era forte demais. Só que assim como a vida não lhe deu ouvidos ao destruir tudo o que ele tinha... também não estava disposta a levar em conta o seu querer agora que estava pronta para devolver-lhe tudo o que lhe roubou...

"Tinha conseguido uma vida perfeita. Só que algumas vezes, de noite e quando estava só, não podia evitar a sensação de que tudo isso não era perfeito. Havia algo falso, faltava algo, ou existia algo que estava errado. Tinha a sensação de que havia inventado um papel que devia interpretar, e não estava segura do que devia fazer no futuro."

- Ela havia recebido uma segunda oportunidade em sua vida... no momento em que aquela psicóloga enxergou dentro dela algo que ninguém, nem ela mesma, conseguia ver. Aquela mulher, que era uma completa estranha para ela e nenhuma obrigação tinha de ajudá-la, conseguiu para Julie o lar que seu coração tanto pedira, tanto ansiara ter... e não acreditava mais que um tinha fosse possuir. Foi como se um sonho estivesse se realizando e, mesmo temendo que a qualquer momento fosse acordar e estar de volta a uma vida que a sufocava, ela agarrou aquela oportunidade com toda a sua força e jurou, para si mesma e para Deus, que valorizaria a sua chance e seria para aquela família, a filha e a irmã perfeita. E assim, os anos se passaram. Ela se tornou uma mulher, mas jamais esqueceu a sua promessa. Uma promessa que a libertou de uma vida terrível, mas também a condenou... a condenou a sempre buscar uma perfeição que ser humano algum seria capaz de encontrar. A condenou a uma vida incompleta, sufocada por um desejo cada vez mais forte de ser um exemplo, de ser motivo de orgulho para seus pais, seus irmãos, seus alunos, vizinhos e qualquer pessoa que encontrasse em sua vida. Ela exigia demais de si mesma e, no fundo, sabia que aquilo não era suficiente. Não era bom. Porque lhe faltava algo... porque havia um vazio... e enquanto seguisse atrás da perfeição, aquele vazio jamais seria preenchido. 

E, quando a vida coloca em seu caminho Zack Benedict, um fugitivo condenado por assassinato, que durante a sua fuga a transformou em refém.... Julie de repente se vê diante de mais uma oportunidade... uma chance que nunca teria de volta. Ela teria que fazer uma escolha. Seguir sendo perfeita... ou abrir seu coração para o amor. Possuir as duas coisas... não era uma possibilidade. 

Qual será a sua escolha? E... quando tudo começa errado... quais são as chances de terminar bem? Existirá um futuro para duas pessoas tão diferentes e tão marcadas por uma vida que segue jogando com elas? 

"Compreender que era possível que Julie tivesse razão foi uma bofetada para Zack, que agarrou os braços dela com mais força.
— Julie...
— Dediquei os últimos quinze anos de minha vida tentando ser perfeita — soluçou ela, lutando para liberar-se dele. — Me tornei professora para que pudessem estar orgulhosos de mim. Vou... vou à igreja e ensino na escola dominical. Depois disto não me deixarão voltar a ensinar em nenhuma parte...
De repente Zack não pôde seguir suportando o peso da dor de Julie, nem a consciência de sua própria culpabilidade.
— Não chore mais, por favor! — sussurrou, tomando-a em seus braços. Pegou a cabeça dela entre suas mãos e a apertou contra seu peito. — Eu entendo, e lamento. Quando tudo isto terminar, os obrigarei a ver a verdade.
— Diz que entende? — repetiu ela com amargo desprezo, olhando-o com o rosto acusador empapado de lágrimas. — Como alguém como você vai entender o que eu sinto?
Alguém como ele. Um monstro como ele.
— Ah, mas eu entendo! — ladrou ele, afastando-a de si e sacudindo-a até que a obrigou a olhá-lo. — Compreendo exatamente o que se sente quando alguém é desprezado por algo que não fez!
Julie conteve seus protestos pela rudeza com que ele a tratava, ao registrar a fúria de seu rosto e a dor que havia em seus olhos. Zack cravava os dedos nos seus braços e sua voz vibrava de emoção.
— Eu não matei ninguém! Ouviu? Minta e diga que acredita! Só te peço que diga isso! Quero ouvir alguém dizendo!
Depois de experimentar em pequena medida o que ele devia sentir se fosse realmente inocente, Julie se encolheu interiormente ao pensar no que esse homem podia estar sentindo. Se era inocente... Tragou com força e estudou com os olhos molhados o rosto de Zack. Então expressou em voz alta seus pensamentos.
— Eu acredito! — sussurrou enquanto novas lágrimas começavam a correr por suas bochechas. — Juro que acredito!"

- Não é novidade para ninguém que é sempre muito complicado para mim falar de um livro especial. É algo que já repeti um sem-número de vezes.rsrs... E Tudo por Amor é especial. Afinal de contas, o Zack é o protagonista da história. Um mocinho único que desde o princípio eu senti vontade de pegar no colo e cuidar. Alguém que foi traído e abandonado pela família que amava... e que, mais tarde, ao permitir que seu coração se abrisse de novo, foi traído por uma esposa que apenas o usou para conseguir o que queria. E que, como se não bastasse esquecer as promessas que lhe fez e os sonhos que alimentou dentro dele, ainda teve a coragem de traí-lo e humilhá-lo publicamente. Foi um segundo golpe terrível para o Zack, que por fora sempre tentou ser alguém forte, arrogante e insensível... que construiu essa capa para proteger um coração que ainda possuía feridas abertas. Foi difícil para ele encarar aquela situação, só que pior do que tudo isso foi ver a esposa morrer em sua frente, durante as gravações das cenas finais de seu novo filme, e ser julgado e condenado por esse crime. Um crime que ele não cometeu, mas que um júri decidiu que sim. A única pessoa que acreditou em sua inocência foi seu amigo Matt. Nenhuma das outras pessoas que o conheciam há anos e supostamente o admiravam, confiou nele. Nem seus advogados acreditavam nele. E assim ele perdeu cinco anos de sua vida numa prisão terrível, onde todos acreditavam que ele deveria ficar para sempre. Esquecido. Enjaulado como um animal. 

Foi muito difícil para mim acompanhar o sofrimento do Zack sem poder fazer nada para livrá-lo daquela situação. Logo quando a avó o expulsou de casa, eu senti um aperto no coração pelo menino que sofria, mas que fazia de tudo para esconder isso das outras pessoas... para esconder sua dor até de si mesmo. E quando ele acreditou na Rachel, quando apostou num relacionamento com ela... quando acreditou em suas promessas e pôde sonhar com os filhos que teriam, eu voltei a sentir aquele mesmo aperto... porque sabia que era tudo falso, que aquela mulher era falsa e apenas o faria sofrer de novo. Como se tudo o que ele passou já não fosse o suficiente. Vê-lo naquela prisão também foi desesperador e pude respirar com mais tranquilidade no momento em que ele conseguiu escapar... e quando aquela jovem, que já havia conquistado meu coração também, apareceu em seu caminho, eu pude começar a sorrir e ter esperanças... 

"— Zack? — disse ela de repente. — A próxima vez que uma mulher disser alguma dessas coisas, a aconselhe para que o olhe de perto. — Levantou os olhos para olhá-lo. — Se fizer isso, acredito que verá uma estranha nobreza e uma extraordinária doçura.
Completamente surpreso, Zack descruzou os braços e sentiu que seu coração dava um salto, como cada vez que ela o contemplava dessa maneira.
— O que não quer dizer que não ache que seja autocrático, ditatorial e arrogante, como entenderá — adicionou Julie, reprimindo uma gargalhada.
— Mas mesmo assim, você gosta de mim — brincou ele, enquanto passava o dorso da mão pela bochecha dela, desarmado e aliviado. — Apesar de tudo isso.
— Pode adicionar "vaidoso" à lista — disse ela enquanto ele a abraçava.
— Julie — sussurrou, inclinando a cabeça para beijá-la —, cale a boca!
— E determinante também! — declarou ela contra os lábios dele. Zack começou a rir. Julie era a única mulher que o deixava com vontade de rir enquanto a beijava.
— Me lembre de nunca mais me aproximar de uma mulher com seu tipo de vocabulário! — disse Zack. Percorreu com a língua a forma da orelha de Julie e ela estremeceu, agarrando-se a ele enquanto adicionava outra palavra à definição sumária de seu caráter.
— E incrivelmente sensual... e muito, muito sexual...
— Por outro lado — corrigiu ele, lhe beijando a nuca —, não existe substituta para uma mulher inteligente e de grande discernimento."

- Não posso reler esse trecho sem começar a rir de novo.rsrs... Se eu já não amasse a Julie pela pessoa maravilhosa que ela era, a teria amado por ter derrubado as defesas dele e ter lhe devolvido a capacidade de sorrir... por tê-lo feito voltar a demonstrar afeto e estar disposto a receber o carinho, a ternura que ela tão naturalmente lhe dava. Eu me divertia muito vendo os dois juntos. Tanto quando eles brigavam quanto nos momentos em que ela o contagiava com seu bom humor e seus sorrisos. Eles tinham começado como captor e refém, mas não demorou muito para que se deixassem levar pelos sentimentos tumultuantes que um provocava dentro do outro. Até mesmo quando a ameaçava, ele sentia dentro dele algo diferente... que não conseguia explicar, mas que definitivamente não queria sentir.rs E até mesmo quando aproveitava todas as oportunidades para tentar escapar dele e acreditava que a cadeia era o seu lugar, Julie sentia algo forte em seu coração... uma sensação estranha. E quando ele suplicou para que ela o ajudasse, ela não pôde lutar contra os sentimentos que tais palavras e o desespero em sua voz provocaram dentro dela. 

"— Tem a distinção, Julie, de ser a única mulher que conseguiu me fazer sentir como que dançando em uma maldita corda guiada por seu dedo.
Julie mordeu o lábio inferior para não sorrir, porque pareceu maravilhoso e significativo isso de afetá-lo de uma maneira distinta de todas as demais mulheres. Embora ele não gostasse.
— Sinto... muito — disse por fim com total falta de honestidade.
— Muito! — retrucou ele, mas a tensão tinha desaparecido de sua voz. — Está fazendo todo o possível para não rir.
Julie levantou seu dedo indicador e o inspecionou com cuidado.
— Me parece um dedo comum — brincou.
— Não há absolutamente nada comum em você, senhorita Mathison — respondeu ele entre irritado e divertido."

- Como conseguimos perceber desde o princípio que aquela relação teria que chegar ao fim em algum momento, uma vez que o Zack era um fugitivo e não poderia ficar naquele esconderijo por muito tempo, aproveitamos ainda mais intensamente cada momento deles juntos... rimos e choramos e ansiamos para que a separação não seja muito longa. Na verdade, ansiamos para que sequer haja separação. Queremos que eles fiquem juntos, que enfrentem tudo juntos... que ela não o deixe, ainda que ele a mande embora. 

"— Não vá! — suplicou ele com voz rouca. — Por favor!
Ante o tom desesperado de Zack, o coração de Julie se retorceu, mas seu orgulho ferido gritou que só uma tola, insensata e sem dignidade permitiria que ele se aproximasse depois do que tinha feito na noite anterior, e seguiu caminhando. Quando esticou o braço para pegar o trinco da porta traseira, a voz de Zack chegou até ela já muito perto. Estava afogada de emoção.
— Julie! Não, por favor! — A mão de Julie se negou a fazer o trinco girar, seus ombros começaram a ser sacudidos por violentos soluços e teve que apoiar a cabeça contra a porta, com a face banhada em lágrimas. A bolsa deslizou de suas mãos. Chorava de vergonha por sua falta de força de vontade, e por medo de um amor que não conseguia controlar. E enquanto chorava por si mesma, permitiu que ele a abraçasse e a apoiasse contra seu peito.
— Sinto muito — sussurrou Zack, enquanto fazia desesperados esforços por consolá-la, acariciando-lhe as costas, sustentando-a com força. — Peço que me perdoe! Por favor, me perdoe!"

- Estou em lágrimas de novo, acreditam?!kkkk... Oh, Deus! Eu amei esta história, gente. Amei o Zack logo que o conheci. Ele invadiu meu coração sem pedir licença. Quando eu dei por mim já estava completamente louca e envolvida por ele. Amei a criança que a Julie foi. Aquela menina perdida que suplicava em silêncio por socorro. Ela era tão orgulhosa, mas também tão frágil. Eu me deixei levar pelo desejo de protegê-la. E quando ela cresceu, admirei a mulher que ela se tornou, ainda que soubesse que ela estava fazendo um grande mal para si mesma ao ir atrás de uma perfeição que jamais encontraria. Enfim... Eu acreditei nela, confiei nela mesmo sabendo que chegaria um momento em que ela me magoaria muito. Mas quando eu a via com o Zack, quando via o bem que ela lhe fazia e a maneira como o defendia, eu a amava ainda mais... e mais medo sentia, confesso. Mas falarei sobre a Julie um pouco mais logo, logo. Enfim... Eu me apaixonei perdidamente por este livro. Não só pelo Zack e pela história dele com a Julie, mas também por tudo que torna esta história tão linda e tão querida. Por todos os outros personagens que marcaram presença na história e que me divertiram e me encantaram, que também conquistaram espaço em meu coração. Como não amar a família linda que recebeu de braços abertos aquela criança tão assustada e ferida, tão necessitada de amor? Como não amar o Ted, irmão adotivo da Julie, apesar de seu temperamento difícil? Ao conhecer a história dele com a Katherine, melhor amiga da Julie, podemos ver um outro lado dele e entender o que o tornou tão amargo e difícil. E ao conhecer a Katherine melhor, também não podemos culpá-la. Eu cheguei à conclusão de que ambos erraram. Que os dois não estavam muito preparados para um casamento e que por isso aquela história chegou ao fim... ou ficou adormecida por um tempo.rsrs... Quanto mais os conhecemos, mais desejamos um recomeço para eles... uma segunda oportunidade. E como não amar também o Matt, a Meredict e a filhinha deles? Eles possuem sua própria história no livro Em Busca do Paraíso. Uma história que ainda não li, mas da qual eu pude sentir um gostinho através deste livro. O Matt é o melhor amigo do Zack, o único que esteve ao lado dele sempre, que jamais deixou de acreditar em sua inocência. Eu tive algumas reservas com o Matt no princípio. No que se refere à amizade dele com o Zack, mas depois que fui conhecendo-o melhor, pude perceber que o Zack jamais teria um amigo tão leal, tão especial e completo. Enfim... E como não amar os alunos da Julie e aquelas mulheres que ela estava ensinando a ler? São poucos os personagens que odiamos nesta história. A maior parte deles enche de luz o livro, faz com que a história seja completa e muito mais do que maravilhosa. :)

"— Eu nunca dou uma segunda oportunidade a ninguém, Julie. Nunca.
— Mas...
— Para mim, todos eles morreram."

Mais que uma história de amor, esta é uma história de recomeço. De segundas oportunidades... dadas pela vida e para pessoas que magoaram, feriram quem os amava, mas ansiavam por uma segunda chance. Dentre essas pessoas que tiveram sua segunda chance, só o Zack realmente merecia, na minha opinião. Ele não tinha destruído o coração de ninguém. Não tinha virado as costas para alguém que o amava... mas a vida tinha lhe tirado muito e de repente resolveu lhe dar outra chance de correr atrás de sua felicidade. Não porque ele tenha desperdiçado a primeira chance, mas porque ele tinha o direito de recomeçar de novo após perder tudo. Para mim, só ele era realmente digno de tal oportunidade... mas eu compreendo a intenção da autora. Sei que ela quis restaurar relações rompidas, provocar um recomeço... trazer de volta o que tinha sido destruído. E não a culpo de maneira alguma pelo fato de eu não ter conseguido perdoar certos personagens e de ter terminado a leitura odiando-os. Como eu disse para minhas amigas, uma opinião por uma história e seus personagens é sempre muito subjetiva... dependente de muita coisa. Enfim...

- Corrigindo o que eu disse mais acima (rs), não foi só o Zack que mereceu uma segunda chance... Na verdade, dois outros personagens queridos também mereceram. Quando eu disse o que disse acima, estava pensando nos personagens que odiei. E sigo odiando.

- Como eu disse, amei esta história! Com todo o meu coração! Já é uma das minhas preferidas da autora e sempre será especial e inesquecível. E dei cinco estrelas ao livro sem sequer necessitar pensar duas vezes! Nada que tenha acontecido na história foi capaz de destruir ou manchar o meu amor por ela. Como eu falei com as minhas amigas também, a luz, a magia que o livro e quase todos os seus personagens possui, torna a sombra de um certo alguém algo totalmente insignificante. Porém, não posso deixar de falar disso...

... Não posso deixar de dizer que terminei a leitura odiando profundamente a Julie. Que ela conseguiu destruir o amor lindo que eu sentia por ela. Que ela me magoou como nenhum outro protagonista da autora tinha sido capaz de magoar. Lembram do Clayton, de Whitney, Meu Amor? Lembram de tudo que ele fez? Pois nem ele me feriu tanto. E no final das contas, ele conseguiu o meu amor. Uma mescla de amor-ódio. A Julie... para ela só restou o meu ódio. 

E talvez vocês queiram saber o motivo, certo? Como meus sentimentos por ela podem ter mudado desta maneira?! Revelar meus motivos seria dar spoiler e na realidade me sinto sem forças, gente. Sem forças para colocar em palavras novamente o ódio intenso que sinto por ela. Sem forças para falar mais uma vez de tudo que ela fez. Mas, para quem quiser saber, deixarei o spoiler abaixo. Durante a leitura e ao término dela, eu falei muito sobre o livro com as minhas amigas. E se querem saber exatamente o que penso da... minha "querida mocinha", basta lerem os trechos dos emails que estarão logo abaixo. 

 A PARTIR DAQUI, TERÁ SPOILER! SE NÃO QUISER SABER SEGREDOS DA HISTÓRIA, PARE DE LER IMEDIATAMENTE!!!!rs


Bem... Antes de colocar os trechos desses emails, vou dizer o que a Julie fez... ELA ENTREGOU O ZACK PARA A POLÍCIA!!!!!!!!!! A maldita desgraçada não só preferiu seguir sendo a pessoa "perfeita" que era, como também preferiu dar ouvidos a alguém que já tinha deixado claro o quanto desprezava o Zack. A maldita avó dele, filha de todas as pragas. Se ela tivesse feito apenas isso... se decidisse simplesmente não ir ao encontro dele... mas não. Ela tinha que fazer o que era certo, é claro. E participar de uma armadilha contra o Zack era a coisa certa a fazer, segundo o raciocínio dela. Eu sabia que ela iria traí-lo, mas não imaginava que as coisas seriam como foram. Que ela cederia tão fácil. Que ela duvidaria dele e o entregaria de bandeja tão rápido como fez. Ela preferiu acreditar nas palavras de alguém que ela nem conhecia e que, pior ainda, era uma pessoa que ELA SABIA que odiava o Zack!!!! E ainda por cima, ela própria cogitou uma outra possibilidade, gente. Não fui eu que gritei nada no ouvido dela não. Ela própria imaginou que poderia ter uma outra explicação para aqueles crimes. Ou seja, houve uma dúvida razoável. E como a senhorita perfeição decide condenar alguém quando ela própria tinha uma dúvida razoável sobre a autoria dos crimes?! Foi como se ela agisse como aquele júri agiu. Condenando-o quando não possuía provas suficientes da culpa dele. Ela o julgou, condenou e levou os policiais até ele para prendê-lo. O traiu como ninguém merece ser traído. Enfim... Sinceramente, gente. Não tenho condições de seguir falando sobre isso, porque ainda me magoa muito e porque odiar a Julie também me magoa. Só que é inevitável, sabe. Não sinto mais um pingo de amor por ela. Sinto um ódio que não pode ser medido.

Trechos de emails:

"A Julie amava o Zack realmente. Mas não o suficiente. Seu desejo de ser perfeita acabou falando mais alto que isso e após entregá-lo ela seguiu com sua vida. Rindo, saindo todo final de semana com o Paul, levando sua maldita vida normalmente, como se não o tivesse condenado por toda a vida! E não esqueci que ela queria que ele fosse internado para tratamento... mas o que nossa perfeita mocinha fez depois que o tempo passou e ele continuou preso, e ela sabia que provavelmente seguiria preso para sempre, sem nenhuma avaliação psiquiátrica? Ela não fez nada! Só no início, depois ela fingiu que nada daquilo estava se passando. Fingiu que ele não estava numa maldita prisão sem receber ajuda psiquiátrica alguma! E ainda me ferveu totalmente o sangue quando achou que a vida a estava golpeando e ainda sentiu raiva do Zack por tê-la envolvido naquilo. Pelo amor de Deus! Que ela deixasse de se fazer de vítima! Ele a envolveu no início, mas foi a desgraçada que fez a cabeça dos amigos dele e inventou uma mentira para voltar para a vida dele!!!!!! Ela não tinha nenhum direito de reclamar, pois ele a tirou de sua vida e ela quis entrar de novo! E a vida a estava golpeando droga nenhuma! Ela golpeou o Zack! Ela o condenou, destruiu sua vida! Cada vez que ela ria eu tinha vontade de agredi-la, sinceramente! A pobrezinha tinha que continuar vendo o Paul porque ele a fazia rir e se lembrar do Zack. E isso apenas me enfurecia mais! Além disso, ela também entrou em contato com a Meredict, após o Matt dizer a ela o que ela merecia ouvir para se fazer de pobre coitada com ela também. E depois se despediu como uma pobre coitada também. Ela não suportava que alguém a visse como uma víbora, não suportava que não gostassem mais dela. Ela ficava se defendendo o tempo inteiro. Em qual maldito momento ela realmente pensou no que ele estava sentindo naquele momento, em como eram os dias dele naquela prisão? Ela preferiu voltar para sua vida perfeita e pensar apenas no que ela estava sentindo, no quanto ela estava sofrendo. Não consigo compreender esse amor.

Amiga, quando ela ficou tentando obrigá-lo a perdoar a avó porque a havia perdoado, meu ódio por ela conseguiu se multiplicar. Ela sabia o que ele tinha passado, o quanto ele tinha sofrido. E no entanto quis impor a presença de todas aquelas pessoas, achando que ele tinha que ser compreensivo e perdoá-los. Pelo amor de Deus! O que aquela gente fez por ele em todos aqueles anos? Quando o procuraram, quando se importaram? Nunca! Apenas estavam ali para aliviar suas malditas consciências. Que ele os tenha perdoado, eu acho lindo. Sei que o nosso Zack era totalmente capaz disso. Que ele tem um coração lindo e que sempre quis fazer as pazes com sua família. Mas ninguém ali merecia, flor. São todos podres."

"Meu sentimento pela Julie é tão diferente do que sinto pelo Clayton que dói. :( Eu sofri com o sofrimento do Clayton. Eu quis protegê-lo dele mesmo. Sabia que o que ele tinha feito era imperdoável e ainda assim eu o perdoei. A Whitney era minha protegida, mas eu perdoei o Clayton após ele machucá-la daquela maneira terrível. E quis que ela o perdoasse. Me incomodei muito quando falaram mal dele naquele grupo. Fiquei furiosa com certas coisas que disseram sobre ele. Mas com a Julie... se qualquer pessoa vier a falar mal dela um dia, eu não me importarei nada. Tudo que eu sentia por ela morreu... toda a admiração foi para o espaço. Eu sei que não a amo mais. Sinto um desprezo que é impossível de explicar, de medir... de superar. Ela sempre será inesquecível, mas por um motivo totalmente negativo: sempre lembrarei dela como a única protagonista da JM que eu realmente desprezo. "

"Eu penso que poderia ler o livro 100 vezes e ainda assim seguiria odiando essa coisa maldita! Sinto um ódio tão grande que você nem imagina, amiga! Eu quero que ela sofra muito, que fique no chão como o deixou. E ainda assim eu sei que não a perdoaria! Eu odeio essa p...!!!! Odeio, odeio, odeio!!!!!! Sempre vou odiá-la!"

"Aceito que o Zack tenha ficado com a Julie. Porque o amo tanto que só quero que ele seja feliz. E se somente ao lado dela isso é possível, então que assim seja. Só o que importa é que ele foi capaz de perdoá-la, de lhe dar uma segunda oportunidade (embora eu ache que ele ainda precisará lhe dar diversas oportunidades na vida... pois a "perfeita" Julie não aprendeu droga nenhuma com o que fez!) e recomeçar. Enfim...

 Não me surpreendi com o fato da "minha querida" vaca, digo, "mocinha" ter se aliado à avó dele. Já quase parecem amigas, as queridinhas. Não me surpreende porque elas têm muito em comum, sabe. Ambas são grandes traidoras. Especialistas em abandonar alguém que as ama e confia nelas. Então podem dar as mãos e sair andando!"

Leitora apaixonada por romances de época, clássicos e thrillers. Mãe da minha eterna princesa Luana e dos meus príncipes Celestino e Felipe (gatinhos filhos do coração). Filha carinhosa. Irmã dedicada. Amiga para todas as horas. Acredita em Deus. E no poder do amor.

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