12 de fevereiro de 2018

O Outro Lado de Mim - Sidney Sheldon

Tempo de leitura:
(Título Original: The Other Side Of Me
Tradutora: Ana Luiza Dantas Borges
Editora: Record
Edição de: 2009)

As memórias de um dos maiores escritores de todos os tempos. 
Detalhes até hoje inéditos, em um livro revelador e sincero. 

Sidney Sheldon é um dos maiores best-sellers de toda a história, já ultrapassou 300 milhões de livros vendidos, em 51 idiomas e em mais de 180 países. 

Todos os 18 romances do autor alcançaram a lista dos mais vendidos do New York Times. Sheldon assinou obras-primas como O outro lado da meia-noite, A herdeira, A ira dos anjos, Juízo final, entre outros. 

Revelações sobre a vida do autor em Hollywood, ao lado de estrelas como Cary Grant, Marilyn Monroe, Judy Garland, Frank Sinatra e Doris Day. 

Sheldon foi vencedor do Oscar com o filme Solteirão cobiçado, além de criador da série de sucesso internacional Jeannie é um gênio.

Os detalhes sobre a vida pessoal do autor: a infância em Chicago, em um ambiente familiar instável com as constantes discussões dos pais; a revelação de ser portador da psicose maníaco-depressiva.




Palavras de uma leitora...


- Quem me conhece certamente sabe que Sidney Sheldon é o meu autor preferido de toda a vida. Se alguém me conhece e não sabe disso só acha que me conhece.rsrs

Se estivesse vivo, ontem ele teria completado 101 anos de idade. Seria um feito e tanto, claro! Mas não deixou de ter uma vida incrível, longa e maravilhosa que ele aproveitou para encantar a todos que tiveram o prazer de conhecê-lo e nós leitores que crescemos como pessoas ao ler suas histórias. Ele faleceu em 30 de janeiro de 2007, aos 89 anos de idade, bem perto de completar 90 anos. 

Infelizmente, só conheci seus livros cerca de dois anos após sua morte. Dá uma dorzinha no coração quando penso nisso. Embora não soubesse inglês naquela época e tampouco saiba agora, minha paixão pelo autor é tanta que eu teria pedido a algum amigo para traduzir uma carta escrita por mim e enviá-la a ele... na esperança que ele lesse e entendesse o quanto seus livros significam para mim. Invejo (uma inveja branca, óbvio) todos os leitores que tiveram essa oportunidade que eu não tive. Quando amamos muito um autor queremos senti-lo próximo de nós. Já escrevi para a Florencia Bonelli (minha autora preferida) e não dá para colocar em palavras a emoção de ter uma mensagem respondida, de dizer para seu autor querido o quanto você o admira e a importância que a escrita dele tem para você. É uma emoção que não dá para medir ou explicar. 

Eu apenas estava descobrindo os livros. Faziam alguns poucos anos que começara a ler romances e tinha pouquíssimos em casa. Então, naquele dia em que estava de molho em casa (estava doente há alguns meses, tinha sido hospitalizada diversas vezes, fiquei internada, quase fui operada e tive que ficar em casa em "repouso" sem ir à escola por todo um bimestre, estudando à distância e indo somente fazer as provas) e querendo fazer alguma coisa para afastar a depressão que estava tomando conta de mim, a síndrome do pânico que comecei a desenvolver por causa do medo que os problemas de saúde e as palavras dos médicos provocavam em mim. Eu vivia uma fase terrível. Tinha apenas 15 anos e meu mundo estava desmoronando. Pairava sobre a minha cabeça a possibilidade de nunca poder ter filhos, pois os problemas de saúde poderiam tornar isso quase impossível. Eram as palavras dos médicos. Não seria tão grave para a cabeça de uma adolescente se esse não fosse seu maior sonho desde que ela se entendia por gente. Dizer que fiquei no fundo do poço seria um eufemismo. 

E naquele dia eu estava deprimida, como já era normal. Não tinha livros suficientes em casa. Nem saía de casa (passei a ter medo de tudo) e todos os que os vizinhos e amigos me emprestavam já tinham sido lidos. O que eu tinha? Internet.

Pesquisei nos sites de livros e esbarrei em títulos do SS. Nunca tinha lido nenhuma resenha de suas histórias. Não sabia quem ele era ou sobre o que seus livros falavam. Eu li os títulos. Cliquei e baixei. Não consigo recordar qual li primeiro: A Outra Face, Nada Dura para Sempre ou Se Houver Amanhã. Só o que sim sei é que li os três naquela mesma semana. Um após o outro. Surgia ali mais uma fã deste grande mestre. Os livros foram essenciais naquela fase da minha vida. E os do SS tiveram uma importância especial. 

Nunca esqueci essas três histórias e como uma fã eu queria os livros. Ler na internet não era suficiente. Nem fazia ideia que isso era "ilegal", era apenas uma menina ainda. Mas eu sabia que desejava ter os livros em papel, comigo, na minha casa, para abraçá-los, cheirá-los, saber que eram meus.kkkkkkk... E assim, passada a fase de pesadelo que vivi naquele ano e no ano seguinte, comecei a comprar os livros dele. E não lia suas histórias se não as tivesse em papel. Resistia e batia o pé (risos), pois precisava comprá-las. Naquela época já sabia que ele não estava mais vivo (quando li os três primeiros não sabia), no entanto, isso não diminuía a minha vontade de ter todos os livros que ele tivesse escrito. Hoje em dia tenho todos os romances que ele escreveu (devidamente lidos, claro!) e faltam apenas alguns infantojuvenis que ainda não encontrei. :D

Ainda duvidam que ele é o meu amor?! :)

- Quando decidi participar do Desafio 12 Meses Literários deste ano e vi o tema de fevereiro, pensei no SS. Não tinha certeza absoluta que o aniversário dele era neste mês, mas achava que sim. Fui verificar e acertei: era no dia 11. Não existia outro autor que eu quisesse ler para este tema. E na hora de escolher o livro (um infantojuvenil ou sua autobiografia) foi fácil me decidir pela autobiografia. Embora já tivesse lido sobre o autor na internet e conhecesse um pouco da sua vida, queria saber mais através de suas palavras. Foi uma experiência única!

"Não sabe o que pode acontecer amanhã. A vida é como um romance, não é? Está cheia de suspense. Você não faz ideia do que vai acontecer até virar a página."

O Outro Lado de Mim nos mostra exatamente um outro lado do escritor que amamos. O conhecemos como autor de livros de enorme sucesso, lidos pelas gerações passadas e pelas atuais. Mas são poucos aqueles que sabem que, antes de dedicar-se aos livros, ele foi roteirista, produtor e diretor de cinema. Que escreveu peças de teatro, filmes e séries, que passou boa parte de sua vida vivendo do cinema e não da literatura. Embora tenha desejado ser escritor desde sempre. 

Sidney Sheldon não cresceu no luxo, longe dos problemas reais e de uma vida de privações. Muito pelo contrário. Passou sua infância e adolescência mudando-se de um lugar para outro, sendo arrastado pelas ilusões de seu pai, que acreditava que um dia se tornaria milionário através de seus negócios. Claro que isso não aconteceu e a família ia de cidade para cidade, vivendo em apartamentos deprimentes, mal tendo o que comer ou vestir. Ainda bem novo, Sidney percebeu que necessitava trabalhar para ajudar em casa e assim passou a desdobrar-se em vários empregos ao mesmo tempo. Se trabalhava num lugar durante o dia, isso não o impedia de estar em outro à noite e mais outro nos finais de semana. Mesmo assim, por mais que se esforçasse e tivesse planos para o futuro, nada parecia suficiente. O dinheiro não entrava, não tinha condições para cursar uma faculdade e quando olhava ao seu redor se perguntava de que valia a sua vida. 

"Queria um futuro maravilhoso e não existia nenhum futuro maravilhoso. Tinha grandes sonhos, mas no fim do dia, era um entregador trabalhando numa drogaria."

Aos 17 anos de idade, cansado de tanto sofrer, ele tomou a decisão de terminar com tudo de uma vez. Iria se suicidar. Seu trabalho numa drogaria facilitaria as coisas, pois ele teria acesso aos medicamentos necessários. Aguardou com paciência e num dia em que sabia que ninguém estaria em casa, preparou as coisas e colocou sua decisão em prática. Mas o destino tinha planos bem diferentes para ele. Não era o seu momento. Não seria assim que sua vida terminaria. 

"Se quer realmente se suicidar, Sidney, eu compreendo. Mas odeio vê-lo fechar o livro tão cedo e perder toda a emoção da página seguinte, a página que você vai escrever."

Não se pode dizer que tudo resolveu-se por mágica após aquele dia. Embora tenha desistido de se matar, a tristeza ainda se fazia presente. Ele tentava, arriscava, apostava e muitas vezes via o seu esforço não valer nada. Dedicou-se à composição e escrevia coisas muito boas, chegando a ter uma de suas músicas interpretadas em diversos lugares, embora a promessa de gravação não tenha passado disso: promessa. O cantor soube muito bem usar sua canção até a exaustão, mas nunca recordou que deveria tê-la gravado. Apenas um dos aproveitadores que aparecem no caminho de qualquer pessoa. 

Foram muitos anos de tentativa, sucessos e fracassos. Outro no seu lugar talvez tivesse desistido. Se entregado à psicose maníaco-depressiva (conhecida hoje em dia como transtorno bipolar) com a qual ele foi diagnosticado anos mais tarde, mas ele não. Por mais que muitas vezes tenha pensado em retornar para Chicago, onde nascera, e jogar fora todos os seus sonhos, ele levantava-se após cada fracasso e voltava a escrever seus roteiros, indo atrás de quem quisesse contratá-lo. Após os sucessos, ele era parabenizado e adorado por seus chefes e desejado por outros estúdios, mas quando a crítica o massacrava por algum filme, aquelas mesmas pessoas que tanto diziam admirá-lo lhe viravam as costas. Assim era o mundo do cinema. 

O livro nos faz viajar pela vida do autor, conhecer um pouco de sua infância, adolescência, como era o relacionamento com seus pais, seus sonhos e decepções, todos os anos em Hollywood, convivendo com atores e atrizes, produtores, diretores e outras estrelas deste mundo tão cheio de glamour, mas também de espinhos, de veneno. Nos mostra seus sucessos, uns esperados e outros nem tanto, seus fracassos sempre guiados pelas críticas. Sua vida amorosa e como ele conheceu Jorja, com quem foi casado por mais de trinta anos e que lhe deu duas lindas filhas. Sofremos com o autor a dor pela morte de sua segunda filha, ainda um bebê e vítima de uma deformidade fatal. Nos emocionamos com a escolha de adotar uma criança e temos o coração partido quando, quase seis meses depois, a mãe biológica, protegida pela lei que lhe concedia tal direito, resolveu pegar a bebê de volta, sem se importar com o dano que causaria ao casal e a filha que já se acostumara a ter uma irmã. O autor nos mostra seus sentimentos e pensamentos mais profundos e é uma viagem inesquecível. 

"De todos os tipos de texto que escrevi ao longo dos anos - para cinema, teatro, televisão, romances -, o romance é o meu preferido. Romances são um mundo diferente, um mundo da mente e do coração. Em um romance, criamos personagens e lhes damos vida."

- Embora tenha se tornado mundialmente conhecido por causa de seus livros, foi somente em 1970, após décadas dedicadas ao cinema e ao teatro, que ele publicou seu primeiro romance, A Outra Face. Com esse livro ele recebeu o cobiçado prêmio de literatura policial e de mistério: o Edgar Allan Poe. O livro não foi um sucesso financeiramente, mas após essa premiação e a paixão que a escrita lhe provocou (lembrando que seu sonho de infância era ser escritor) ele decidiu continuar escrevendo e então veio O Outro Lado da Meia-Noite e com ele o sucesso. O livro ficou na lista de mais vendidos por mais de 50 semanas e seus livros seguintes não foram menos importantes. Logo ele foi traduzido para muitos países, chegando a ser considerando, oficialmente, o autor mais traduzido do mundo. :)  

O que mais posso dizer?! Amo tudo o que ele escreveu. Amo saber que um dia ele existiu e que mesmo com todos os altos e baixos, viveu momentos que levou consigo, conheceu pessoas que o apoiaram, casou-se com uma mulher maravilhosa que só a morte pôde separar e que depois a vida colocou em seu caminho alguém para apaixoná-lo outra vez. Amo saber que ele viveu. E que nos deixou tantas histórias maravilhosas. O que odeio? O que não suporto? Que aquela garota, Tilly não sei o quê, se ache no direito de escrever histórias utilizando o nome dele. Não me importa que ela tenha a autorização de sua família. Antes de ler este livro, já me posicionei muitas vezes contra o fato dessa escritora utilizar o nome do meu autor para construir sua carreira. Após ler O Outro Lado de Mim minha raiva dela só aumentou. Ele galgou cada degrau sozinho. Sem nunca se aproveitar de ninguém. Sem nunca utilizar o nome ou o sucesso de seus amigos. Viveu em dificuldades quando poderia ter pedido ajuda para um amigo, mas sempre preferiu correr atrás dos seus objetivos. Não se utilizava das pessoas. É imperdoável que a Tilly se utilize do legado dele dessa maneira. 

Sempre desejei que as pessoas queridas que se foram pudessem nos ver, saber como estamos seguindo, o amor que ainda sentimos por elas. Mas sabe de uma coisa? Espero que o SS não possa ver, que não veja o que essa autora está fazendo com suas histórias, sobretudo com Se Houver Amanhã. Sei que ele sofreria. É sua obra, um de seus maiores sucessos. Quem ela pensa que é para escrever duas continuações que ainda por cima matam a essência dos personagens? Isso é atitude de fã? Para mim, não. 

"Acho preciosa a emoção da volta na montanha-russa que foi a minha vida. Foi uma jornada excitante e maravilhosa. Sou grato a Otto, que me convenceu a continuar virando as páginas, e a Natalie, por sua fé inabalável em mim. 

Tive uma carreira incrível com grandes sucessos e imensos fracassos. Quero partilhar minha história com vocês e agradecer - pois vocês, leitores, sempre me apoiaram. Sou profundamente grato a todos vocês."

- Nós é que agradecemos SS. Muito. 



Assim como no mês passado, eu acertei em cheio na minha escolha. :D Vocês já sabem por que escolhi o SS, então não preciso dizer de novo.kkkkkkkkk... 

Para conhecer todos os livros que escolhi para me acompanhar durante os 12 meses de desafio, clique aqui

O Outro Lado de Mim também foi o meu escolhido para abrir a Maratona Literária de Carnaval. Restam dois livros! Minha próxima leitura? O thriller psicológico Entre Quatro Paredes - B. A. Paris. 

Leitora apaixonada por romances de época, clássicos e thrillers. Mãe da minha eterna princesa Luana e dos meus príncipes Celestino e Felipe (gatinhos filhos do coração). Filha carinhosa. Irmã dedicada. Amiga para todas as horas. Acredita em Deus. E no poder do amor.

6 comentários:

  1. Eu tenho alguns livros do Sidney pra ler mas ainda não li. T~T
    Também estou participando desse desafio que coincidência!

    Fernanda Reads <3

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  2. Oiee Luna ^^
    Sinto muito que você tenha passado por tantas coisas horríveis na adolescência, mas fico feliz em saber que encontrou uma saída nos livros ♥ eu ainda não li nada do Sidney e, para ser sincera, não tenho muita vontade de ler suas obras. Mas a gente sempre sente um pouco de curiosidade de conhecer, né?
    MilkMilks ♥

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  3. Olá, Dryh!

    Obrigada, querida! :)

    Eu acho que você amaria conhecê-lo! No seu lugar, eu daria uma chance pelo menos ao livro Se Houver Amanhã. :D

    Bjs!

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  4. Ei Lu!
    Caramba amiga, que história hein.... Ainda bem que tudo isso passou e hoje você esta aí firme e forte graças a deus!!
    Confesso que ainda não li nada do SS. na verdade, me apaixonei pelo gênero recentemente, então ainda estou me aprofundando no tema, apesar de claro, ter ganhado alguns exemplares dele.
    Ele e a rainha Aghata Cristie estão na minha lista de tenho que ler, obrigação de vida né? Depois me indique algum para eu começar, sendo você tão fã, não posso pensar em pessoa melhor para me apresentar o Rei.

    Bjs

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  5. Obrigada, Kelly! Sim, aquela fase horrível ficou para trás, graças a Deus!

    Sim, é uma obrigação da vida mesmo!kkkkkk... Tem que ler SS e Agatha Christie!!! São escritores maravilhosos!

    Pode deixar! Já vou preparar a lista de indicações do autor! :D

    Bjs!

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  6. Oi.
    Nossa a adolescência é uma fase chata e para piorar você passou por tudo isso,.mas graças à Deus acabou.
    Nunca li nada do autor, mas sinceramente não sei se leria. Quem sabe no futuro?
    Beijos

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