19 de fevereiro de 2019

O Amor nos Tempos do Ouro - Marina Carvalho

Tempo de leitura:
(Editora: Globo Alt
Edição de: 2016)

O Amor nos Tempos do Ouro - Livro 1


Sabes que nunca me apaixonei, maman, mas se porventura o tivesse feito, seria por alguém como ele?

Cécile Lavigne perdeu todos os que amava e agora está sozinha no mundo. Ela, uma franco-portuguesa que ainda não completou vinte anos, está sendo trazida ao Brasil pelo único parente que lhe restou, o ambicioso tio Euzébio, para casar-se com o mais poderoso dono de terras de Minas Gerais, homem por quem Cécile sente profundo desprezo.

Após desembarcar no Rio de Janeiro, Cécile ainda precisará fazer mais uma difícil viagem. O trajeto até Minas Gerais lhe reserva provações e surpresas que ela jamais imaginaria. O explorador Fernão, contratado por seu futuro marido para guiá-la na jornada, despertará nela sentimentos contraditórios de repulsa e de desejo. 

Antes de enfim consolidar o temido casamento, Cécile descobrirá todos os encantos e perigos que existem nessa nova terra, assim como os que habitam o coração de todos nós. Com o passar dos dias, crescerá dentro dela a coragem para confrontar todas as imposições da sociedade e também o seu próprio destino. 



Palavras de uma leitora...


- Assim que ouvi falar deste livro pela primeira vez, que realmente parei para ler a resenha de uma blogueira sobre ele, desejei tê-lo em minhas mãos para iniciar o mais rápido possível a leitura. E olha que a resenha nem tinha sido tão positiva!rsrs Mas eu o quis. Desesperadamente

E numa maré de sorte acabei por não necessitar esperar muitos meses. A Nobel fez uma promoção relâmpago e entre os livros com um desconto incrível estava O Amor nos Tempos do Ouro. Paguei menos da metade do preço de capa e feliz é um eufemismo para expressar como eu me senti.rsrs 

Além de ser um romance de época (se bem que algumas características da obra a classificariam como Romance Histórico), o livro se passa no Brasil do século XVIII e traz o amor proibido entre uma jovem de dezenove anos, prometida a um homem cruel, e um aventureiro selvagem, que nem sabia ser capaz de sentimentos tão ternos até conhecer Cécile. Abordando questões como A Corrida do Ouro e a escravidão no país, a história nos envolve por completo e deixa um gostinho de quero mais no final. Fiquei desejando saber mais sobre a vida de vários personagens, mas sobre isso falo mais tarde. 

"Como é possível me sentir tão morta, ainda que meu coração insista em me contradizer a todo momento?"

Cécile era uma jovem franco-portuguesa que havia crescido protegida das crueldades do mundo, profundamente amada por sua família e com a certeza que se um dia se casasse seria por amor. Diferentemente das outras jovens de sua posição social, ela cresceu livre, incentivada pelo pai a ser o que desejasse e a ler livros que a fizessem pensar além das limitações impostas pela sociedade. Ela era feliz e não poderia imaginar nada que tirasse o sorriso do seu rosto... nada, exceto um acidente terrível. 

Após perder toda a família de forma tão abrupta, Cécile mergulhou em depressão. Não queria mais viver. Não poderia prosseguir sem seus pais e seus irmãos. Queria ter morrido junto com eles, pois tudo era preferível à dor que sentia. Mas além de lhe arrancar tudo, o destino também tratou de colocá-la nas mãos de seu tio Euzébio, um homem ambicioso, que tinha refeito sua vida no Brasil Colônia e tratou de providenciar sua vinda para estas terras com o intuito de forçá-la a um casamento com um homem conhecido não só por sua riqueza, mas também por sua maldade. Selando um acordo com Euclides de Andrade, Euzébio prometeu que Cécile não demoraria a ser entregue ao homem e a fortuna que ela herdara dos pais seria dividida entre os dois senhores. 

"Minha filha, tu decides o que se eternizará em teu coração. Não te preocupes. O futuro está sendo plantado. A vida ainda não terminou."

Tratada como uma mercadoria entre os dois homens, por um lado Cécile se enfurecia e desejava lutar com todas as forças que ainda possuía, custasse o que custasse. Por outro lado, porém, sentia ainda mais o abatimento causado por suas perdas e mal tinha forças para respirar. Sabia que não se curvaria diante de ninguém, mas no fundo do seu coração só desejava que tudo chegasse ao fim. Que aquele inferno terminasse. 

Contratado para transportar a "mercadoria" até seu novo dono, se tinha uma coisa que Fernão não desejava era sentir uma certa empatia pela jovem francesa e o fato de conhecer bem o homem que se tornaria seu marido só aumentava o incômodo que ele sentia. Mas jamais tinha permitido que qualquer sentimento estúpido atrapalhasse seus negócios. Fosse qual fosse o serviço ele sempre o cumpria. Sem muitas perguntas. Sem peso na consciência. Pelo menos, era nisso que tinha se forçado a acreditar ao longo dos anos, pois esta era a única forma de viver consigo mesmo. Sem remorsos. 

"De qualquer forma, não se orgulhava muito de suas ações. Mas se apegava às injustiças da vida para legitimar seus atos."

Todavia, a longa viagem da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro até as Minas Gerais, acaba por despertar sentimentos confusos e intensos em ambos, tornando tudo mais complexo e doloroso. Cécile não sabia ao certo o que sentia quando estava perto de Fernão, nunca antes tinha se apaixonado e se negava a acreditar que seu coração seria tão tolo de amar alguém como ele, um homem capaz de levar uma mulher contra sua vontade para ser forçada a se casar com um homem desprezível. Não podia amá-lo, não aceitava isso. Fernão, por sua vez, não conseguia lidar com as coisas que Cécile o fazia sentir. Ao olhar para ela enxergava que ainda havia esperança, que nem tudo estava perdido para ele, que era possível recomeçar e ser melhor. Mas tinha sido encarregado daquele trabalho e não podia se deixar levar por tolices... não era homem de acreditar no amor...

"Às vezes tenho a impressão de que, assim como uma corça, virarei presa de um leão cruel e esfomeado. Mas, por Deus, papa, não me deixo intimidar. Não por ele."

Unidos por um destino bastante irônico, Cécile e Fernão terão a chance de optar pelo amor e pela segunda chance que a vida tratou de lhes dar... mas escolhas erradas podem fazer mais do que separá-los: podem lhes custar a vida. 

- Eu tinha muitas expectativas quando comecei a ler este livro e fico muito feliz por não ter me decepcionado. A autora não só ambientou sua história no Brasil Colônia do século XVIII, mas também procurou fazer uma pesquisa cuidadosa para nos transportar para aquela época e mostrar inclusive situações que muitos de nós preferimos esquecer, como a questão da escravidão. 

Embora o livro seja "leve", procurando não chocar muito ao mostrar certas situações monstruosas, ainda assim somos atingidos pela recordação, por alguém ter nos trazido de volta o passado sujo do nosso país, onde seres humanos eram tratados como objetos insignificantes, como um nada que poderia ser facilmente descartado. Vemos um monte de escravos perderem a vida nas minas, outros serem torturados no tronco, escravas serem utilizadas para saciar a libido de filhos de donos poderosos de terras e ao engravidarem terem suas vidas ameaçadas, enquanto o "pai" da criança simplesmente lavava as mãos, "afinal de contas, eram apenas escravas". Isso tudo nos incomoda, nos atinge. Nos revolta. Eu fiquei muito revoltada, com uma sensação de impotência, de querer fazer algo e não poder. E, como eu disse, o livro traz essas questões de forma "leve" (se é que é possível!) se comparado a outros livros que abordam os mesmo assuntos, como a duologia O Quarto Arcano, na qual a autora Florencia Bonelli fala de maneira bastante crua e chocante sobre o tráfico negreiro e a realidade desesperadora dos escravos. 

"Percebo que nem os grilhões e correntes, grades e açoites são suficientes para calar a voz e a necessidade de liberdade daquela gente."

- É neste mundo que Cécile é lançada ao se tornar noiva de Euclides de Andrade, que era um dos mais desprezíveis donos de escravos daquela região e que se divertia em fazer as pessoas sofrerem. A protagonista não estava acostumada com uma realidade tão nauseante e isso acaba por fazê-la perceber que mais que desejar a própria morte, para colocar fim no próprio sofrimento, poderia lutar não só por si mesma, mas por pessoas que suportavam uma dor ainda pior. 

Cécile não é uma abolicionista do tipo "ativa". Ela é muito jovem e está presa também, mesmo que de forma diferente. Mesmo assim não era alguém que simplesmente assistia a crueldade e olhava para o outro lado. Ainda que temesse as retaliações que sofreria, ela agia quando presenciava agressões contra os escravos e sentia por eles, desejando que tudo fosse diferente, que pudesse fazer alguma coisa. É assim que surge sua amizade com Malikah, a jovem escrava que será protagonista da continuação desta história. Malikah estava grávida do filho de Euclides e nem mesmo o estado avançado da gravidez impedia que o demônio a agredisse. Para ele, se ela morresse seria lucro, pois o que mais desejava era se ver livre dela e da criança, porque nunca aceitaria ter um neto que fosse fruto de uma escrava, nem mesmo sendo bastardo. Aquilo era algo que ele nunca toleraria. E onde estava Henrique enquanto Malikah sofria nas mãos de seu pai? Em qualquer parte, não dando a mínima. A vida dela não valia nada para Henrique. E é importante eu dizer isso, vez que inacreditavelmente ele também será protagonista do próximo livro (????). Mas antes de falar um pouco mais sobre o meu ódio pelo Henrique e o choque de descobrir que ele será par romântico da Malikah, preciso retornar ao casal deste livro: Cécile e Fernão, este sim um casal apaixonante. 

"[...] não passo de um selvagem, Cécile, um rústico sem berço, sem posição e sem futuro"

No início, eu tive dúvidas se de fato acabaria amando o Fernão. Saber certas coisas sobre o passado dele me deixou receosa e com uma certa resistência. Eu não queria gostar de alguém que tinha as mãos tão sujas, mesmo que a vida o tivesse levado por aquele caminho. Todavia, a gente não consegue escolher quem vai amar. E quando eu percebi já sentia um carinho muito grande pelo Fernão e torcia para que ele não precisasse pagar tão caro por seus erros passados, que ele pudesse ter a chance de ser feliz e consertar certas coisas ao lutar por outras pessoas. Se redimir de alguma maneira. Claro que a autora vai fazê-lo pagar e isso vai nos causar sofrimento, mas gostei do rumo que a história tomou, de como a Cécile precisou ser ainda mais forte e mesmo enfrentando tantos problemas ela não deixou de pensar em outras pessoas. Esta protagonista me despertou uma grande admiração e ela é o centro da história. Embora seu romance com o Fernão seja muito lindo, Cécile brilha em destaque no livro, mesmo sendo uma jovem aparentemente frágil. Ela brilha com sua coragem, sua empatia, sua capacidade de se colocar no lugar dos outros. A gente fica o livro inteiro torcendo pela felicidade dela e temendo que algo de ruim se passe, que as coisas não terminem bem. Mas lhes adianto que vale muito a pena ler e o final vai agradá-los. :) Quer ler um livro de época diferente, com um importante conteúdo histórico? Eu recomendaria este livro!

- Voltando agora para Henrique e Malikah. Esta jovem que será a mocinha do livro A História de Malikah, continuação de O Amor nos Tempos do Ouro, depois de todo o sofrimento que passou nas mãos de Euclides e do filho dele, merecia sim seu próprio livro e me deixa muito feliz que a autora tenha resolvido escrever uma história toda dela. O que me deixa estressada é o fato de Henrique ser protagonista do próximo livro também. Espero ter entendido errado, mas tudo indica que realmente será assim. Até porque a autora deu um certo destaque ao traste logo na reta final deste livro, mostrando que ele está tentando se redimir de seus erros. Mas como, pelo amor de Deus?! A autora dá a entender que ele nunca estuprou a Malikah, que existiu alguma coisa entre os dois, como se a jovem tivesse estado apaixonada por ele no passado que partilharam. Todavia, ele virou as costas para ela. Ele foi embora quando ela engravidou. Ele sabia o que seu pai faria. Sabia o sofrimento que a Malikah suportava e não deu a mínima nem para ela e nem para o bebê. Lavou as mãos e foi para longe, deixando que o pai "resolvesse o problema da gravidez". Eu não aceito o Henrique como par romântico da Malikah, isso não é justo com ela. A garota comeu o pão que o diabo amassou e agora, depois de tudo, ele vai vir como um cão arrependido e tudo bem?! Não mesmo! Espero que a autora pelo menos faça o Henrique passar pelos tormentos do inferno multiplicados por mil antes de pensar em um romance entre os dois. 

Em O Amor nos Tempos do Ouro temos acesso aos pensamentos do Henrique. E em momento algum ele pensa na Malikah com algum amor, nem mesmo com carinho. É como se ela fosse alguém com quem ele esteve, mas que não importava. O que quer que acontecesse com ela não importava. E eu senti vontade de esganá-lo. Ele não passa de um lixo para mim. 

- Claro que lerei A História de Malikah. Só não começo a leitura imediatamente porque ainda não tenho o livro e necessito comprá-lo antes, mas assim que adquiri-lo irei lê-lo, pois a vontade de saber como prosseguirá a história desta menina é grande. Como eu disse, não admito um romance entre ela e o Henrique porque ela não merece ter ao lado alguém que lhe causou tanta dor. Mas quero sim saber o que vai acontecer. Malikah merece muito ser feliz e torço para que a autora não tenha estragado tudo. 

A Marina Carvalho não parece ser alguém que escreveria a história de uma ex-escrava (porque Malikah conseguiu fugir) de maneira leviana, romantizando condutas abusivas e inaceitáveis. A importância que ela deu à cultura africana e o olhar humano que ela lançou sobre o passado horrível do nosso país me fazem confiar na escrita dela. Mas não tem maneira de eu conseguir perdoar o Henrique. Acho que nada que ele faça me fará desejar que ele tenha uma segunda chance. Que tenha sua segunda chance nos quintos dos infernos!!!

Com a leitura de O Amor nos Tempos do Ouro, além de passar ótimos momentos, também consegui concluir três desafios do mês:

- Romance de Época: escolhi para este mês cumprir o desafio de ler "nacional que seja seu primeiro contato com o(a) autor(a) que o escreveu"
- Mulheres em Foco;
- Ler livros nacionais.

P.S.: Vale mencionar que amei os trechos que a autora selecionou de sonetos da Florbela Espanca, que é minha poetisa preferida nesta vida. 

Leitora apaixonada por romances de época, clássicos e thrillers. Mãe da minha eterna princesa Luana e dos meus príncipes Celestino e Felipe (gatinhos filhos do coração). Filha carinhosa. Irmã dedicada. Amiga para todas as horas. Acredita em Deus. E no poder do amor.

11 comentários:

  1. Eu amei a resenha. Acredita que eu tenho esse livro, mas ainda não consegui ler?? Mas depois se ler sua resenha, eu vou colocar o livro logo nas próximas leituras, não vou adiar mais. Eu adorei a narrativa, o enredo, tenho certeza que vou amar o livro. Parabéns pela resenha!

    Beijos,
    Dani - www.paixaoemlivros.blogspot.com

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  2. Ola lindona eu li e fiquei apaixonada por esse livro, por tudo que a protagonista passou. A escrita da autora é detalhista sem deixar a leitura cansativa. A história de amor dos protagonistas superaram tanta coisa. A capa é linda. beijos

    Joyce
    Livros Encantos

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  3. Aiiiiiii, levei um susto agora pois achei que fosse a continuação de uma outra saga dela, mas é um de época que a Marina escreveu. E sei que é lindo mesmo. Pois ela retrata muito bem todo o cenário da época.

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  4. Eu confesso que sou super fã do trabalho da autora, mas, mesmo tendo esse livro aqui na estante, ainda não consegui ler essa história.
    Gostei muito de saber que a autora conseguiu criar uma história leve, mas sem romantizar a escravidão.
    Beijos
    Camis - blog Leitora Compulsiva

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  5. Olá!
    Tenho curiosidade com a escrita dessa autora. É difícil ver um romance de época com uma boa ambientação sobre a nossa história. Gostei de saber que o enredo te surpreendeu e atendeu as expectativas em relação aos personagens.
    Acredito que vá gostar da leitura.
    Beijos!

    Camila de Moraes

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  6. Oi, Luna!
    Eu não tive ainda a oportunidade de ler esse livro, uma amiga é fã da autora e curtiu bastante a leitura. Ainda não sei se ela leu a sequência, vou perguntar pra ela spoilers, porque também ñ sei se conseguiria ler um livro onde o cara que abandona a mocinha merece ficar com ela...
    Bjos
    Lucy - Por essas páginas

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  7. Olá, tudo bom?
    Sua resenha não só me fez ter vontade de largar tudo o que estou lendo para iniciar este livro parado na minha estante, como também me deixou louca de vontade de ler a continuação, ainda que peguemos ranço do mocinho no primeiro livro! rs
    Fiquei super curiosa para ver como a autora abordou esse romance, assim como inseriu a escravidão em todo o contexto, ainda que de uma forma mais branda do que costumamos encontrar em outros livros. Gostei de saber que a protagonista é uma pessoa tão humana e o verdadeiro destaque do livro, ainda que o mocinho seja encantador. Anotei a dica e espero poder conferir em breve ♥
    Beijos!

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  8. Eu não sou fã de romances mas gosto tanto de livros escritos com uma boa ambientação histórica, com uma pesquisa boa de época. Vou deixar anotado aqui caso eu resolva dar uma chance ao gênero.

    Mirian - Castelo do imaginário

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  9. Olá, eu tenho bastante curiosidade de ler esse livro *-* Pelos seus comentários a autora conseguiu construir muito bem o enredo e a ambientação da época *-* Uma pena que o par da protagonista da segundo livro não esteja tão bacana =/ Espero ter a chance de lê-lo em breve também.

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  10. Tenho uma experiência muito negativa com a marina carvalho e sues livros. Li dois livros dela e odiei os dois, por isso acho que não vou me aventurar neste aqui, mesmo que os elogios para com este enredo sejam consistentes e o tema me chame bastante a atenção. essa dica vou deixar passar.
    beijos

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  11. Olá, sabe que adorei seu blgo, tá muito bem organizado.
    A história em si me encantou por sua resenha clara e tão bem detalhada. Não li nada da autora ainda, mas necessito fazer esta leitura o quanto antes.

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